domingo, 10 de outubro de 2010

Houston onde dinheiro do petróleo compete com a cultura

Denny Lee/The New York Times

Em meio a arranha-céus, conheça parques, galerias de arte e bares de Houston em 36 horas


Um emaranhado de superestradas e arranha-céus, Houston é facilmente desdenhada como um campus corporativo – lar de gigantes da lista Fortune 500 como Halliburton e Waste Management, assim como de uma empresa antes conhecida como Enron (atualmente conhecida como Corporação de Recuperação dos Credores da Enron). E a vista de um avião não é exatamente convidativa: uma planície chata de torres genéricas espalhadas até o horizonte.

Mas nos últimos anos, esta megalópole está avançando de volta ao centro urbano. Galerias de arte bacanas brotaram em bairros antes deteriorados. Prédios modernos da metade do século passado foram recuperados e reformados. E antigas fábricas foram transformadas em movimentados bares e restaurantes. Sim, o dinheiro do petróleo ainda reina supremo, mas agora ele compete com a cultura.

Sexta-feira

17h30 - Parque no centro

Houston pode ser um mar de torres de escritórios, mas esta cidade subtropical também é surpreendentemente verde. Centenas de parques cobrem a cidade, e um dos mais novos – um parque com aproximadamente 5 hectares chamado Discovery Green (discoverygreen.com) – está se transformando rapidamente no coração do centro ainda tranquilo da cidade. Aberto em 2008, o parque serve como um verdadeiro espaço público; casais de idosos caminham em volta de um lago artificial enquanto carrinhos de bebê são empurrados por ladeiras verdejantes. Para coquetéis ao por-do-sol, siga os jovens profissionais da área para Grove (1611 Lamar Street; 713-337-7321;thegrovehouston.com), um restaurante moderno dentro do parque, que oferece vistas como que de uma casa na árvore da silhueta da cidade.

20h - Além do churrasco

Os jovens chefs da cidade estão trabalhando horas extras para saírem da sombra do churrasco do Texas. Um dos mais festejados atualmente é Bryan Caswell, o chef e proprietário do Reef (2600 Travis Street; 713-526-8282; reefhouston.com), um restaurante de peixes e frutos do mar com um toque sulista. Situado em uma antiga concessionária de carros com janelas e pé direito altos, o restaurante cria um espaço dramático para pratos vencedores como garoupa assada com pudim de milho e pêssego grelhado (US$ 25). Em uma noite recente, o salão de jantar estava tomado por uma clientela eclética, incluindo homens em ternos brancos comendo ceviche, casais em encontros e famílias bem vestidas celebrando aniversários.

22h - Pedaço de Austin

Bares de esporte e megaclubes alimentam grande parte da vida noturna da cidade, mas um punhado de bares pé-no-chão podem ser encontrados ao longo das ruas margeadas por árvores de Montrose. Poison Girl (1641 Westheimer Road; 713-527-9929; myspace.com/poisongirlbar) tem máquinas de pinball, uma longa prateleira de uísques e um quintal dos fundos lotado de jovens trajando Wranglers e Keds antigos. Descendo a rua fica o Anvil Bar and Refuge (1424 Westheimer Road; 713-523-1622;anvilhouston.com), cujo estilo é de um cocktail bar clássico, apesar de parecer uma boate nos fins de semana. Um punhado de bares gays também ficam próximos, incluindo o antigo, mas ainda ruidoso, 611 Hyde Park Pub (611 Hyde Park Boulevard; 713-526-7070).

Sábado

11h - Prospecção de arte

Com tantos petrodólares ao redor, não causa surpresa o fato da arte contemporânea ser tão beneficiada em Houston. A grande dama ainda é a Menil Collection (1515 Sul Ross Street; 713-525-9400; menil.org), aberta ao público em 1987 para abrigar a coleção de Dominique de Menil, uma herdeira de uma fortuna de equipamentos para companhias de petróleo. Entre as galerias de prestígio estão a Devin Borden Hiram Butler Gallery (4520 Blossom Street; 713-863-7097;dbhbg.com) e a Sicardi Gallery (2246 Richmond Avenue; 713-529-1313; www.sicardi.com). Enquanto isso, jovens artistas abriram estúdios nos depósitos do centro. Algumas de suas obras podem ser vistas no Station Museum (1502 Alabama Street; 713-529-6900; stationmuseum.com), que exibe artistas emergentes dentro de um grande galpão de metal.

13h30 - Grelhados globais

Apesar da grande comunidade vietnamita da cidade atualmente estar espalhada, traços da Little Saigon ainda permanecem no centro, um bairro de uso diverso pontilhado de casas de banh mi. Um favorito retrô é o Cali Sandwich (3030 Travis Street; 713-520-0710), uma cafeteria simples com persianas ao estilo dos anos 70 assim como preços equivalentes: os sanduíches preparados na hora, incluindo o de churrasco de carne de porco, custam US$ 2,31. Se estiver com vontade de um churrasco genuíno do Texas, dirija para o norte até o Pizzitola’s Bar-B-Cue (1703 Shepherd Drive; 713-227-2283; pizzitolas.com). Ele pode não ficar tão lotado como o império de churrasco do Goode’s, mas o Pizzitola’s é o genuíno, a julgar pelas churrasqueiras de chão que assam costeletas há mais de 70 anos.

15h - De cerâmica a pinball

Os shopping centers dominam Houston – o maior, o Galleria, oferece 223 mil metros quadrados de marcas famosas. Para compras de marcas menos conhecidas é preciso dirigir um pouco mais. Para itens singulares de decoração, vá ao Found (2422 Bartlett Street No. 5; 713-522-9191;foundforthehome.com), que pega velhos objetos industriais como cevadeiras e as transforma em objetos arquitetônicos. A Sloan/Hall (2620 Westheimer Road; 713-942-0202; sloanhall.com) oferece uma variedade peculiar de livros de arte, produtos de banho e objetos de cerâmica – alguns de autoria de artesãos texanos. A Peel (4411 Montrose Boulevard, Suite 400; 713-520-8122;peelgallery.org) confunde a separação entre galeria de arte e butique de joias. E a Flashback Funtiques (1627 Westheimer Road; 713-522-7900; flashbackfuntiques.net) é um tesouro de Americana da Estrela Solitária, como velhas máquinas de pinball e bombas de posto de gasolina.

19h30 - Revisão do Sudoeste

Robert Del Grande é considerado uma realeza culinária aqui, considerado o pioneiro da culinária do Sudoeste nos anos 80. De forma que quando seu restaurante de 29 anos, o Café Annie, fechou no ano passado, ocorreu uma reclamação coletiva. Mas a fome logo foi saciada: ele abriu o RDG + Bar Annie (1800 Post Oak Boulevard; 713-840-1111; rdgbarannie.com), um restaurante estilo multiplex com bares, lounges e salões de jantar que atraem uma clientela glamourosa que parece preferir vestidos curtos de festa, bolsas reluzentes e quantidades agressivas de ouro. O cardápio é igualmente ousado e metido a besta, com pratos como bolinhos de lagosta ao molho rémoulade (US$ 16) e filé de costela grelhado ao molho Cheddar defumado (US$ 40).

22h - Dois bares

Um corredor de festa foi formado ao longo da Washington Avenue. Um favorito entre os boêmios burgueses é o Max’s Wine Dive (4720 Washington Avenue; 713-880-8737; maxswinedive.com), com sua carta de vinhos longa e barata. Procurando pessoas mais diferentes? As corujas noturnas encontram a porta não marcada que leva ao Marfreless (2006 Peden Street; 713-528-0083;marfrelessbar.com), um bar encardido com carpete desbotado e cantos escuros, popular entre os casais que gostam de se acariciar.

Domingo

10h - Brunch ao sol

Um café situado dentro de um viveiro pode soar estranho, mas e daí? Tiny Boxwood’s (3614 West Alabama Street; 713-622-4224; tinyboxwoods.com) oferece um fantástico brunch de domingo. Situado próximo do bairro elegante de River Oaks, o salão de jantar banhado pelo sol e o pátio coberto de vinhas atrai uma clientela simpática e segura de si que se mistura facilmente ao redor de uma mesa comunal. Entre os especiais listados na lousa estão as saladas de folhas (US$ 10 a US$ 14) e uma deliciosa pizza de café da manhã feita com pancetta, queijo de cabra e um ovo estrelado, preparada em um forno a lenha (US$ 13). Pegue um cacto na saída.

  • Denny Lee/The New York Times
  • O campus da Universidade Rice (um labirinto neobizantino de tijolos rosados e claustros) recebeu um novo coração de vidro em 2008, quando o Pavilhão Brochstein foi aberto
  • Meio-dia - Passeio de carro modernista

    Apesar de Houston carecer de zoneamento (ou talvez por causa disso), a cidade conta com uma coleção notável de casas modernas e torres de escritórios da metade do século – algumas bem cuidadas, outras próximas do colapso. Entre os marcos estão o campus em forma de grade da Universidade de St. Thomas, projetado por Philip Johnson. Mas muitos outros são desconhecidos, como o prédio abandonado Central Square no centro (2100 Travis Street) ou a robusta torre Willowick, agora um condomínio, em River Oaks (2200 Willowick Road). Monte seu próprio tour arquitetônico com o Houston Mod (houstonmod.org), um grupo de preservação que mantém um site cheio de recursos, com mapas Google e fotos.

    14h - Casas de vidro

    A silhueta da cidade sobe cada vez mais a cada ano. Mas arquitetura notável também existe próxima do solo. O campus da Universidade Rice – um labirinto neobizantino de tijolos rosados e claustros – recebeu um novo coração de vidro em 2008, quando o Pavilhão Brochstein (rice.edu/brochstein) foi aberto próximo do pátio central. O pavilhão quadrado, com janelas do chão ao teto, abriga um café e um lounge de mídia, além de grades como rede fina que se estendem como um plano matemático no espaço. A estrutura tem apenas um andar, mas parece muito maior – prova de que nem tudo em Houston precisa ser grande.

    O básico

    Continental, JetBlue, Delta e outras oferecem voos sem escala entre Nova York e Houston. Uma recente pesquisa online encontrou passagens de ida e volta pela JetBlue por US$ 345 em maio. Um carro é necessário para circular.

    O Hotel Zaza Houston (5701 Main Street; 713-526-1991; hotelzazahouston.com) abriu em 2007 com 315 quartos, oferecendo um design alegre e bom serviço no animado Museum District, a partir de US$ 179.

    Aberto no final de agosto, o Aloft Houston by the Galleria (5415 Westheimer Road; 713-622-7010;alofthouston.com) tem 152 quartos no distrito Uptown e inclui uma piscina, academia de ginástica e Wi-Fi gratuito. Quartos a partir de US$ 99 nos fins de semana e a partir de US$ 199 nos dias úteis; descontos são oferecidos online.

    Tradução: George El Khouri Andolfato

    Fonte: http://viagem.uol.com.br

Nenhum comentário: