domingo, 30 de dezembro de 2012

Museu Casa Azul exibe joias, vestidos e próteses usados por Frida Kahlo



Em janeiro de 1939, Frida Kahlo viajou pela primeira vez a Paris. A convite de André Breton, mentor do surrealismo, a mexicana expôs sua arte e sua própria figura na capital francesa. “Em todas as reuniões a que vou e em qualquer lugar onde estou, o centro das atenções sou eu: com minhas formosas roupas bordadas indígenas, com meus adornos de flores na cabeça, e inválida”, relatou Frida a Diego Rivera, seu marido, em carta escrita durante a viagem.
Pela primeira vez, esses vestidos e adereços coloridos que viraram a marca da pintora são mostrados ao público. A Casa Azul, museu que funciona na residência onde Frida nasceu, em 1907, viveu praticamente toda sua vida e morreu (em 1954, por conta de uma pneumonia ou suicídio), inaugurou a exposição “As aparências enganam: os vestidos de Frida Kahlo”. O nome da mostra é inspirado em um dos muitos autorretratos feitos por Frida. No desenho, por baixo de suas roupas, vê-se seu corpo nu cheio de cicatrizes, as pernas desiguais — uma delas decoradas com borboletas — e a coluna fraturada.
Por causa da pólio, Frida tinha uma perna mais curta que a outra. Além disso, aos 18 anos sofreu um grave acidente de trânsito que deixou inúmeras sequelas — foi operada mais de 30 vezes. Para ocultar o problema nas pernas, usava saias muito longas e adaptava seus calçados. E, para disfarçar as cicatrizes e os aparelhos ortopédicos que usava no tronco, fazia com que as atenções estivessem sempre em seu rosto, cabelos e pescoço.
— Frida transformou incapacidade em vitalidade. Criou um estilo para chamar a atenção de uma maneira muito sua — assinala Hilda Trujillo, 47 anos, diretora do Museu Frida Kahlo, a Casa Azul.
Dona de um estilo único e revolucionário para a época, a pintora construiu sua imagem com base em dois pilares: a deficiência física e suas raízes mexicanas, explica Circe Henestrosa, 38 anos, curadora da exposição. Segundo Circe, as roupas recuperadas — a grande maioria feita pela própria Frida — e agora mostradas ao público ajudam a entender a personalidade da pintora:
— Esses objetos nos deram muita informação de como ela era, seus gostos, suas cores favoritas. Frida era muito vaidosa e sofisticada.
As peças também destacam as convicções políticas da mexicana — que abrigou o comunista Trotsky, expulso da Rússia, em sua casa — e sua opção por valorizar as vestimentas típicas de seu país.
Além de saias, blusas, sapatos e joias da artista, são expostos pela primeira vez os aparelhos ortopédicos e a prótese que teve que usar por causa da amputação da perna direita em 1953. Esse material revela o sofrimento físico que, durante a vida, a artista mexicana enfrentou. “Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade”, disse certa vez Frida.
Em seu testamento, o muralista Diego Rivera (1886-1957) fez constar que um dos banheiros da Casa Azul, que guardava objetos da mulher, deveria permanecer fechado por 15 anos.
— Ele tinha conflitos como comunista e não queria que isso fosse mostrado, para preservar a imagem de Frida. Quem ficou a cargo disso, Dolores Olmedo, resolveu que enquanto estivesse viva o banheiro não seria aberto. E mais, mandou também fechar armários, baús e gavetas. E ela viveu muito tempo — explica Trujillo.
Só em 2004, depois da morte de Dolores, esse material foi conhecido: mais de 20 mil documentos, entre fotos, desenhos (como o autorretrato que dá nome à exposição), cartas, além de mais de 300 objetos pessoais da artista.
Pouco a pouco esse tesouro vem sendo mostrado. Os vestidos e outros pertences de Frida passaram por um cuidadoso processo de restauração e estarão expostos até novembro do ano que vem — haverá uma rotatividade de peças para evitar a deterioração e para que todo o material possa ser visto. Também em 2013 será publicado um livro com fotografias dos objetos recuperados.
Renato Camarillo Duque, 25 anos, restaurador responsável por tratar as peças de Frida, diz que ficou assombrado ao ver as vestimentas:
— Fiquei fascinado ao observar os detalhes dos tecidos, a delicadeza dos bordados, a cor e a textura. Muito diferente das fotos branco e preto, que era o que conhecíamos até então.
Embora trancados por mais de cinco décadas, os objetos estavam, em sua maioria, em bom estado.
— Estiveram guardados em uma temperatura linear, com pouca flutuação de umidade e temperatura. Mais de 80% das prendas estavam impecáveis — explica Camarillo, que realça a importância de que tenha sido possível recuperar esse material: — São documentos que permitem estudar Frida e seu contexto, além de serem peças maravilhosas da cultura mexicana, algumas delas já nem são mais confeccionadas.
Do material encontrado em 2004, grande parte ainda não foi mostrado ao público.
— Temos, por exemplo, uma carta que o Einstein escreveu a Diego agradecendo por ter sido pintado — conta Trujillo.
Ícone das feministas
Como em testamento Rivera disse que nada do que havia na casa poderia sair — os vestidos tiveram que ser restaurados na própria residência —, só quem visita o museu, que toma quase uma quadra inteira do charmoso bairro de Coyoacán, na Cidade do México, tem o privilégio de ver de perto as famosas cores de Frida.
— Ela não teve reconhecimento em vida, mas nos anos 1970 foi redescoberta, primeiro na Alemanha, depois no mundo todo. É um ícone das feministas, dos deficientes, mas também uma figura da moda. O que poucos sabem é que ela posou para a “Vogue” em 1939, era amiga da editora da revista em Nova York e se importava muito com seu estilo — diz a diretora do museu.
No passeio pela Casa Azul, que recebe em média 20 mil visitas mensais, nota-se como a artista mexicana encanta e ainda marca tendência.
— Olha essa blusa, eu usaria hoje e tenho certeza de que seria um sucesso — diz uma moça de 20 e poucos anos, deslumbrada com uma das vestes expostas.
Na visita a Paris, em 1939, Frida disse que chamou a atenção a ponto de os carros pararem no meio da rua para vê-la. Parece que hoje não seria tão diferente.



sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O verdadeiro legado maia

A 78 quilômetros de Mérida, na Península de Yucatán, Uxmal exibe um dos exemplos mais extraordinários de arquitetura maia, conhecida como estilo Puuc. É Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1996
 A Pirâmide de Kukulkán ou "El Castillo", nas ruínas maias de Chichén Itzá, projeta efeitos visuais de sombra e luz nos solstícios e equinócios. Ao entardecer, a imagem da "serpente emplumada" – deidade mesoamericana conhecida como quetzalcoátl ou kukulcán – desce pelos degraus da construção, em um espetáculo natural acompanhado de perto por centenas de turistas todos os anos. El Castillo guarda ainda outra curiosidade: cada uma de suas quatro faces tem 91 degraus, perfazendo um total de 364 – contanto com a base do topo, último degrau comum a todos os lados, chega-se ao número de dias do ano

Em 3 mil anos de história, a civilização maia acumulou sólidos conhecimentos em matemática, arquitetura e astronomia, além de ter elaborado um sistema de escrita absolutamente original. Obcecados pelo tempo, os maias desenvolveram meios de registrar sua passagem e de relacioná-la aos acontecimentos. Acreditavam em ciclos contínuos e intermináveis em que episódios marcantes na vida cotidiana voltariam a ocorrer de quando em quando.
Criaram dois calendários – ha'ab, de função astronômica, e tzolkin, de uso cotidiano – e transformaram a observação da passagem do tempo em ciência. "Esta concepção encontramos no calendário de conta longa e também em algumas de suas profecias, porque consideravam que acontecimentos passados voltariam a ocorrer. Para eles era muito importante prever que haveria bons períodos de chuva, que não haveria epidemias, e para isso usavam os calendários", disse o arqueólogo Alfredo Barrera Rubio durante o seminário "El Tiempo en el Pensamiento Maya" realizado no fim de setembro em Mérida, capital do Estado de Yucatán, no México.
A fama de serem um povo profético colou nos maias e espalhou-se pelo mundo. Uma brecha perfeita para o manancial de especulações que cercam o suposto fim de seu calendário. Para muita gente, indica o apocalipse. O fim do mundo. Mas não era exatamente nisso que os maias acreditavam. Para eles, a conclusão de uma Era induz o início de outra.
Historiadores, arqueólogos e estudiosos da escritura hieroglífica maia reconhecem que ainda estão longe de ter uma compreensão mais abrangente sobre os calendários desse povo. "Nos últimos anos, pesquisas deram muita ênfase ao conhecimento das genealogias dinásticas, de maneira que a abordagem política ganhou força em detrimento ao estudo da relação dos maias com o tempo", explica Barrera.
Contudo, os estudiosos sabem que as Eras maias se concluem a cada 5.125 anos e são compostas por 13 ciclos denominados "baktunes". Assim, cada baktun compreende aproximadamente 144.000 dias – há que se considerar a variação no número de dias nos anos bissextos.
Segundo a conta longa, a Era atual teve início no ano 3.118 a.C. e vai culminar em 21 de dezembro de 2012. É o fim do 13.º baktun. O desfecho de uma Era, o começo de outra. Concepção bastante diferente das teses apocalípticas que proclamam o fim do mundo.
O fato é que muitas lendas urbanas cercam os maias. Uma delas diz que não se tratava de um povo guerreiro. Por algum motivo convencionou-se dizer que "os astecas, sim, eram violentos, mas os maias eram pacíficos".
Tremenda bobagem. As cidades-Estado maias viviam em conflito permanente e o derramamento de sangue era constante entre urbes rivais. Tais eventos foram registrados pelos maias. Especialistas na história pré-colombiana trazem esta e outras verdades à tona.
Além disso, ao contrário do que muita gente pensa, os maias jamais foram extintos nem "desapareceram misteriosamente da face da Terra", como se costuma comentar. Ainda hoje seus descendentes, legítimos herdeiros de um povo sem igual no mundo, continuam a transmitir seus conhecimentos e seu entendimento sobre a vida geração após geração.
De certa forma, o turismo tem ajudado na difusão e na perpetuação dessa cultura fascinante. A gastronomia maia, por exemplo, pode ser apreciada atualmente em restaurantes e hotéis de primeira linha nos destinos da Riviera Maya.
Quem já foi a Cancún e a Playa del Carmen pode não ter se dado conta disso, até por causa da forte influência de fast-foods e genéricos. Mas quem já esteve em Tabasco, Chiapas ou Campeche – e mesmo em cidades mais autênticas de Yucatán e de Quintana Roo – sabe como é.
Além de tradições milenares, crenças, aromas e sabores, as magníficas cidades maias também resistem. Elas ocuparam territórios hoje pertencentes a México, Guatemala, Honduras, El Salvador e Belize.
Os centros maias mais importantes – convertidos em sítios arqueológicos – estão abertos ao turismo e anualmente recebem levas consideráveis de visitantes vindos de todas as partes do planeta.
Conheça a beleza eternizada de 10 das principais cidades maias do México: Bonampak, Calakmul, Chichén Itzá, Cobá, Comalcalco, Edzná, Palenque, Pomoná, Tulum e Uxmal. Informações: http://viajeaqui.abril.com.br/

Riviera Maia: sonhos do turismo no México

 

Acarinhada pelo Mar do Caribe, a Riviera Maia tornou-se ao lado de Cancún o principal destino turístico do México. Ao longo de 130 quilômetros de costa, tem atrações para preencher meses de férias: praias tropicais (algumas bombadas, outras mais reservadas), hotéis e restaurantes de altíssimo padrão, parques temáticos, cidades maias ancestrais, reservas naturais protegidas, ilhas oníricas, tartarugas marinhas, corais, cenotes, diferentes modalidades de mergulho, travessia subaquática de cavernas, festivais de cinema, baladas noturnas. Atributos de sonho que despertam nos viajantes uma agradável constatação: se o mundo tiver mesmo de acabar, que seja aqui. Informações: http://viajeaqui.abril.com.br

sábado, 15 de dezembro de 2012

Antigo ônibus londrino é transformado em restaurante móvel

Quem diria que seu próximo petit comitê imperdível poderia ser em um ônibus? Pois essa é a proposta do luxuoso The Rosebery, o restaurante e bar itinerante criado pelo jornalista e crítico de gastronomia Simon Davies. Depois de trabalhar como consultor para restaurantes e criar eventos do porte do London Restaurant Festival ele resolveu embarcar numa verdadeira viagem: ter seu próprio restaurante sobre rodas. 

Elegeu para isso um ônibus Roadmaster de 1966 – aquele modelo de transporte público icônico em Londres, com dois andares, aposentado em 2005 –, que rapidamente caiu nas graças de colecionadores ou na desgraça do abandono. Ao encontrar uma dessas abandonada no ano passado, Davies decidiu restaurá-la e manter o charme dos velhos tempos e, ao mesmo tempo, transformá-la no mais elegante bar e restaurante itinerante do mundo.
Um coquetel no The Rosebery pode reunir até 40 pessoas com música, canapés e até pista de dança. Um jantar no restaurante do topo, cujas paredes laterais podem se abrir completamente, comporta 22 pessoas sentadas em cadeiras de Philippe Starck e bancos estofados com couro de arraia.
Na parte de baixo, o bar tem um visual chic e sofisticado, com coqueteleiras e equipamentos de visual antigo, balde de gelo vindo diretamente da Câmara dos Lordes e um armário cheio de jogos tradicionais, como gamão, cartas e xadrez, além de duas TV de LED e wi-fi disponível.
O cardápio e os drinques são planejados sob medida para cada evento e o time estrelado de criadores inclui a equipe do restaurante londrino Zuma, queridinho dos jet setters, e também a genialidade do restaurateur Mark Hix.
Atualmente, o The Rosebery está em Oxfordshire, na Inglaterra, e já possui eventos marcados por todo o Reino Unido e também na Europa. Os planos de Simon Davies incluem a América e possivelmente o Brasil.
Serviço: 

Informações: Portal IG

Rio de Janeiro está entre cidades mais receptivas do mundo



O site TripAdvisor realizou a pesquisa Cities Survey, que tem o objetivo de conhecer a opinião dos turistas sobre as 40 cidades turísticas do mundo que mais recebem viajantes internacionais. Na enquete, estão presentes quesitos como receptividade dos moradores, compras, qualidade do serviço de táxi, segurança, limpeza, mobilidade, relação custo x benefício e a diferença da impressão antes e após a visita.
O Rio de Janeiro foi a única cidade brasileira que apareceu no ranking, sendo que a melhor colocação foi o 11º lugar na categoria receptividade dos moradores - Cancun é o primeiro da lista. A "cidade maravilhosa" ainda ficou em 32ª no quesito limpeza; 19ª na receptividade dos motoristas de táxi; 28ª no serviço de táxi; 39ª em segurança; 36ª no custo x benefício; 36ª na diferença de impressão antes e depois de visitar a cidade; e 19ª em segurança. 
Já Tóquio, no Japão, tem a melhor colocação em grande parte dos rankings, sendo a primeira em categorias como limpeza, serviço de táxi e segurança. Londres, na Inglaterra, Nova York, nos Estados Unidos, Buenos Aires, na Argentina, e Moscou, na Rússia, foram alguns dos outros destinos analisados pelos mais de 75 mil usuários que deram suas opiniões na pesquisa do TripAdvisor. Informações: Portal Terra

domingo, 25 de novembro de 2012

Os hotéis que inspiraram Agatha Christie

INTERIOR DO HOTEL OLD CATARACT, QUE DURANTE SEUS ANOS DE HISTÓRIA RECEBEU HÓSPEDES COMO AGATHA CHRISTIE, O CZAR NICOLAU DA RÚSSIA E WINSTON CHURCHILL (FOTO: AGÊNCIA EFE)
O BURGH ISLAND HOTEL INSPIROU OS LIVROS ‘O CASO DOS DEZ NEGRINHOS’ E ‘MORTE NA PRAIA’ (FOTO: AGÊNCIA EFE)
PERA PALACE ISTAMBUL: AQUI, ERA NO QUARTO 411 QUE AGATHA CHRISTIE SE HOSPEDAVA (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Agatha Christie é conhecida como “a rainha do mistério”. Mas além de escritora de sucesso, foi também uma incansável viajante. O gosto pelas viagens começou com sua mãe, mas foi acentuado com a ajuda de seu primeiro marido, o aviador Archie Christie, que a levou para muitos lugares, e de seu segundo marido, o arqueólogo Max Mallowan, com quem participou de expedições e escavações no Oriente Médio durante quase 30 anos.
Por viajar tanto, parte dos livros da escritora foram produzidos em hotéis. Alguns exemplos? “A Morte no Nilo”, de 1937, foi escrito no sugestivo hotel Old Cataract, cuja localização marca o final do fértil vale do Nilo e o início do grande deserto núbio, em Assuã, no Egito.
O Old Cataract, construído em 1889, já serviu de hospedagem para ilustres personagens, desde o czar Nicolau da Rússia até o primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Foi lá que Howard Carter descansou após descobrir a tumba de Tutancâmon. Até hoje, o lugar mantém todo o seu encantamento colonial luxuoso e seu terraço à beira do Nilo, de onde se contempla um dos pores-de-sol mais belos do mundo, com a ilha Elefantina e o mausoléu de Aga Khan no horizonte.
“O Caso dos Dez Negrinhos” e “Morte na Praia” foram escritos no Burgh Island Hotel, construído em uma minúscula extensão de terra que fica isolada pela maré durante metade do dia (nada mais adequado como palco para uma narrativa repleta de misteriosos assassinatos).
Burgh Island Hotel, de 1929 oferece uma vista espetacular e uma inesquecível decoração “art déco”. Segundo o estabelecimento, Agatha Christie gostava de escrever em uma pequena parte independente do hotel, chamada “The Beach House”. Ela era uma hóspede tão assídua que um dos quartos recebeu o nome de “Christie”.
Em Toquay, cidade natal da escritora, localizada no sudoeste da Inglaterra está o The Imperial Hotel, construído em 1866, que beira as águas do Canal da Mancha, e onde dormiram desde Napoleão III ao rei Edward VII. A escritora também usou o local como inspiração para alguns romances.
Na Turquia está o Pera Palace de Istambul. Construído pelo arquiteto franco-turco Alexander Vallaury, em 1892, o hotel combina em seu interior os estilos neoclássico,”art nouveau” e oriental. O lugar serviu de pouso para viajantes do Expresso do Oriente, entre eles, a própria Christie.
O hotel rende sua particular homenagem à escritora dando seu nome a um de seus restaurantes, o “Agatha”. Foi no Pera Palace, mais especificamente no quarto 411 que a escritora se hospedou várias vezes e escreveu o original de “Assassinato no Expresso do Oriente” (1934).
Informações: Publicado originalmente na Época Negócios e http://www.livrosepessoas.com/



domingo, 11 de novembro de 2012

Vestido de "O Mágico de Oz" é vendido por US$ 480 mil em leilão



O vestido branco e azul de algodão que Judy Garland usou em "O Mágico de Oz" foi vendido por US$ 480 mil (mais de R$ 980 mil) em um leilão em Beverly Hills no sábado, enquanto uma fatia do bolo de casamento do príncipe William arrecadou US$ 1.375 (cerca de R$ 2.800).
A Julien's Auctions disse que o preço do vestido de avental e blusa bufante que Garland usou no clássico do cinema de 1939 estava de acordo com as estimativas.
Mas o valor foi bem inferior ao total pago no ano passado pelos vestidos usados por Marilyn Monroe e Audrey Hepburn. Já um vestido similar usado durante testes para "O Mágico de Oz" foi vendido por US$ 910 mil em 2011.
O leiloeiro Darren Julien disse que a diferença deve-se ao fato de que somente poucos vestidos de testes foram feitos para "O Mágico de Oz", enquanto há cerca de sete versões para o traje de Garland.
O comprador do vestido de Judy Garland, feito pelo estilista Adrian, não foi identificado.
Outros destaques do leilão de dois dias incluíram um vestido verde floral usado por Julie Andrews em várias cenas do filme "A Noviça Rebelde", que foi vendido por US$ 38,4 mil.
Bolos de dois casamentos reais britânicos também conseguiram altos preços no leilão. A Julien's disse que representantes do PawnUp.com lideraram as ofertas por uma fatia do bolo do casamento do príncipe William com Kate Middleton em 2011, e também por um pedaço do bolo das núpcias do príncipe Charles e da princesa Diana em 1981 (US$ 1.375).
Os preços por trajes de Hollywood subiram nos últimos anos. O "vestido do metrô" branco de Marilyn Monroe, do filme de 1955 "O Pecado Mora ao Lado" foi vendido por US$ 4,6 milhões no ano passado. Informações: http://www1.folha.uol.com.br

sábado, 10 de novembro de 2012

Whisky dos Rolling Stones comemora os 50 anos da banda


A fabricante de bebidas Suntory criou apenas 150 garrafas do Whisky especial 50 anos de Rolling Stones. Cada garrafa custa 6.300 dólares. A marca também aproveita a data para lançar outros produtos com a marca dos roqueiros como cervejas e runs. Informações: http://www.hypeness.com.br/

Sem lenço e documento e sem roupa! Conheça regras para praias de nudismo!



Oficialmente, existem dez praias de nudismo no Brasil: quatro no Rio de Janeiro, três em Santa Catarina, uma na Bahia, uma no Espírito Santo e outra na Paraíba. Mas o nudismo é praticado em pelo menos outras 300 praias, segundo o presidente da Federação Brasileira de Naturismo, André Herdy. Nas áreas oficiais há várias regras de comportamento e a nudez não é apenas permitida por lei, ela é obrigatória! Afinal, os freqüentadores conquistaram a autorização do governo para andar pelados e aplicar as regras do naturismo nesses locais. Já nas praias não oficiais, a galera encara o nu por sua própria conta e risco, sem nenhuma proteção legal - podendo rolar até prisões por atentado ao pudor. Para os naturistas, a nudez em grupo é uma forma de estar em harmonia com a natureza e de promover o respeito entre as pessoas. Não tem nada a ver com sexo e azaração - que pode até pegar mal, como você confere na ilustração destas páginas.
Pelada na areiaA regra é clara nas praias naturistas! Veja quais são os principais costumes nesses locais
Nu com a mão no bolso
Também rola comércio. O duro é onde guardar o dinheiro... Os vendedores ambulantes andam nus pela areia. Em Pedras Altas (SC), a coisa é ainda mais radical. Como a praia é inteiramente administrada por uma família naturista, todos trabalham pelados no camping, na pousada e no restaurante local - inclusive os garçons!
Segura o tchan!
Xavecar ou olhar muito para uma mulher pega supermal. Pode até ser motivo de expulsão! Caso algum marmanjo perca o controle e tenha uma ereção, os naturistas recomendam que o cara seja discreto, cobrindo-se com uma toalha ou esfriando os hormônios com um bom mergulho no mar
Casados x solteiros
Praias muito movimentadas - como a do Pinho (SC), que recebe até 5 mil pessoas por dia no verão - são divididas em duas áreas: uma para casais e famílias e outra para os solteiros. Para os novatos mais tímidos, existe ainda uma área de adaptação, onde os homens podem ficar de sunga e as mulheres de topless
Roupa é um escândalo!
"Só estou conhecendo..." Essa desculpa não cola para entrar vestido na praia. Mesmo só de sunga ou biquíni você pode ser "convidado a se retirar" do local. É claro que existem exceções. Quando está frio, por exemplo, a turma pode se agasalhar: "Somos naturistas, não masoquistas", diz André Herdy, presidente da Federação Brasileira de Naturismo
Longe dos curiosos
As praias naturistas ficam em regiões isoladas, entre montanhas ou em áreas de reservas ambientais. "Não é necessário se esconder, mas infelizmente existem muitos curiosos no Brasil", diz o presidente da federação naturista. Segundo ele, na Espanha existem praias de nudismo em locais tão movimentados como Copacabana, no Rio de Janeiro
Proteção natural
Geralmente, os próprios naturistas cuidam para que as regras sejam seguidas, mas em certas praias existem até equipes de seguranças. Em Abricó (RJ), alguns freqüentadores tornaram-se seguranças profissionais e vigiam a entrada do local usando boné, óculos escuros e... mais nada, claro
Vestiário pra quê?
Algumas praias têm na entrada um vestiário unissex onde os freqüentadores podem guardar as roupas. Mas nem sempre é assim. Na maior parte dos lugares a galera tira os trajes ao ar livre mesmo e carrega os pertences para a praia - incluindo uma toalhinha para sentar em lugares públicos, como bancos de restaurantes
Informações: http://mundoestranho.abril.com.br

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Qual a melhor companheira de viagem?

Resposta: a liberdade!!! The end!

Conheça os passeios de trem pelo Brasil



Em grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, andar de trem não é uma atração turística, pelo contrário, a indicação é fugir desse meio de transporte nos horários de grande circulação. No entanto, incluir um passeio de maria-fumaça em sua viagem para Mariana, em Minas Gerais, é apreciar montanhas, cânions e cachoeiras até chegar ao seu destino, a histórica Ouro Preto.
Destaque também para o roteiro de trem pela Serra do Mar, de Curitiba a Morretes, atração 4 estrelas do GUIA QUATRO RODAS. O trajeto de três horas atrai os turistas e passa por belas paisagens que valem o passeio.
Que tal incluir essa atração na sua próxima viagem pelo Brasil? Confira acima a nossa seleção com 10 passeios de trem que podem entrar em seu roteiro turístico.


As estações são tão bem-conservadas que já serviram de cenário para novelas de época. O trajeto passa por fazendas de café e termina em Jaguariúna. O passeio custa R$ 60 e dura cerca de três horas e meia (ida e volta). Saídas aos sábados às 10h10 e domingos às 10h10 e  às 14h30. Há um roteiro mais curto, até Tanquinho, sábado às 15 horas e domingo às 16h30, que leva uma hora e meia e custa R$ 40


Montanhas Capixabas - Viana (ES) até Araguaia (ES)

A linha férrea tem 46 quilômetros e em 2010 foi reativada para passeios turísticos. O trem sobe a serra passando por pontes, túneis, cachoeiras e trechos de Mata Atlântica. Ele para nas estações de Domingos Martins e Marechal Floriano. A Serra Verde Express é a empresa que coordena o passeio e tem pacotes só de ida até Araguaia, que custa R$ 104, ida e volta a R$ 150. A saída de Viana acontece aos sábados, domingos e feriados às 10h30, e chega à mesma estação às 17 horas



Treze horas e 664 quilômetros separam Belo Horizonte de Cariacica, na região metropolitana de Vitória. No caminho, cidades históricas mineiras são deixadas para trás. São 30 paradas para embarque e desembarque. Saídas diárias de Belo Horizonte às 7h30 com chegada às 20h30 em Vitória, e 7 horas de Vitória, com chegada às 20h10 em Belo Horizonte. O valor da passagem na classe econômica é R$54 e na executiva é R$82
Campos do Jordão (SP) até Santo Antônio do Pinhal (SP)

Movido a energia elétrica, o trem parte diariamente, às 14 horas e às 16 horas, da estação Emílio Ribas, na Vila Capivari. O percurso de ida e volta custa R$ 40 e dura duas horas e meia - contando com meia hora de parada em Santo Antônio do Pinhal. O passeio inclui o trecho ferroviário mais alto do país, no alto do Lajeado – 1743 metros. Em Santo Antônio é possível, a partir do mirante, avistar o Vale do Paraíba
Trem do Pantanal - Campo Grande (MS) até Miranda (MS)

O percurso começa em Campo Grande e parte às 8 horas, em sábados alternados (janeiro e julho, todos os sábados), e segue até Miranda, destino final, onde chega às 18 horas. O retorno é feito apenas no dia seguinte. A passagem de ida e volta custa R$ 300. Também é possível fechar um pacote com hospedagem


Em 1885, quando foi inaugurada, a ferrovia que liga Curitiba a Morretes servia para o transporte de produtos agrícolas. Hoje, os trens lotam de turistas: o passeio de três horas passa por pontes, túneis e belas paisagens – uma ótima opção de passeio, atração 4 estrelas do GUIA QUATRO RODAS. A viagem é feita em vagões econômicos (ida R$ 57, volta R$ 40), turísticos, com lanche e guia (ida R$ 74 e volta R$ 57) e executivos (ida R$ 107 e volta R$ 75). Saídas diárias de Curitiba às 8h15
Tiradentes (MG) até São João del Rei (MG)

O trem percorre 12 quilômetros em 40 minutos, margeando o Rio das Mortes, com vista da Serra de São José – no sentido Tiradentes/São João del Rei, quem senta do lado direito do vagão observa melhor a paisagem. As saídas acontecem de sexta a domingo (há programação especial nas férias). Sextas e Sábados, saindo de São João del Rei, às 10 horas e às 15 horas (retornos e saídas de Tiradentes às 13 horas e às 17 horas), e domingos, saindo de São João del Rei, às 10 horas e às 13 horas (retornos e saídas de Tiradentes às 11 horas e 14 horas). Em função desses horários, alguns turistas preferem conhecer São João del Rei com calma e voltar de táxi (a corrida custa em torno de R$ 40). O roteiro completo (ida e volta) custa de R$ 50
Bento Gonçalves (RS) até Garibaldi e Carlos Barbosa (RS)

Vale mais pela diversão do que pelo cenário, com áreas da mata fechada e trechos urbanos. Dentro do vagão, grupos folclóricos cantam e dançam músicas típicas italianas. O passeio de três horas (ida e volta) inclui degustação de espumante e suco de uva em Garibaldi, e de vinho em Bento Gonçalves. Saídas às quartas, quintas, sábados e domingos às 9, 10, 14 e 15 horas. É necessário reservar. O valor é R$ 70 e a ida ou a volta é feita de trem (o outro trajeto é feito de ônibus), o ingresso inclui entrada para o show Epopeia Italiana
Mariana (MG) até Ouro Preto (MG)

Melhor sentar do lado direito, para ver cachoeiras, montanhas cânions e o Ribeirão do Carmo. Ou fique no último vagão, para, na curva, o trem sair bem na foto. A viagem dura uma hora. O passeio completo (ida e volta) custa R$ 50 (só ida, R$ 30 e volta de ônibus, R$ 3,00). No vagão panorâmico, custa R$ 60 o passeio completo e R$ 40 só ida. Saídas de sexta a domingo e feriados, às 8h30 e às 14 horas (de Mariana para Ouro Preto), às 10 horas e às 15h30 (de Ouro Preto para Mariana)

sábado, 27 de outubro de 2012

O viajante e a viagem!


“Mas não tenho mais tanta pressa.
Comecei a aprender a ser mais gentil com o meu passo.
Afinal, não há lugar algum para chegar além de mim.
Eu sou a viajante e a viagem." Ana Jácomo

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Quanto vale a Torre Eiffel, a Casa Branca, o Coliseu, o Museu do Prado?





Você pode comprar a Torre Eiffel por 1,9 trilhão de reais. De acordo com um estudo encomendado pela Câmara do Comércio de Monza, na Itália, os monumentos históricos mundiais ganharam valor monetário e o mais valioso é a estrutura de ferro cartão-postal de Paris, segundo o jornal Daily Mail.
Construído em 1889, o monumento é a atração turística mais visitada do mundo e, só no ano passado, 7,1 milhão de pessoas subiram em suas três plataformas. O valor é seis vezes maior do que o Coliseu, em Roma, avaliado em 230 bilhões de reais. O anfiteatro de gladiadores atrai quatro milhões de turistas todos os anos.
O Reino Unido também ganhou destaque com a Torre de Londres, construída há mil anos, com preço cotado em 170 bilhões de reais, com dois milhões de visitantes por ano. Também na lista, outros marcos europeus, como a catedral de Milão, por 207 bilhões, o Museu do Prado, em Madri, por 147 bilhões, e o sítio arqueológico de Stonehenge, em Wiltshire, com avaliação de 26 bilhões de reais. A pesquisa também orçou a Casa Branca, em Washington, em 64 bilhões de libras. A casa foi projetada pelo arquiteto irlandês James Hoban. Informações: revistaepoca.globo.com/brunoastuto

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Os fortes mais bonitos do Brasil


Forte de Nossa Senhora do Pópulo e São Marcelo: popularmente conhecido como Forte do Mar, o Forte de Nossa Senhora do Pópulo e São Marcelo destaca-se por sua posição dentro das águas do litoral de Salvador, sobre um banco de arrecifes. O forte tem uma arquitetura circular, o único no país, com uma circunferência de 135 m e um clima muito especial
Forte Orange, Pernambuco: situado a 50 km do Recife, o forte Orange foi construído no sul da Ilha de Itamaracá após a invasão dos holandeses, em 1631. Ocupado pelos portugueses no final do século 17, o local passou a ser chamado de Forte de Santa Cruz, outro nome pelo qual é conhecido
Forte de Santo Antônio da Barra, Bahia: dominando a entrada da Baía de Todos os Santos, o Forte de Santo Antônio da Barra é um dos pontos mais representativos de Salvador. Construído em 1696, o local ganhou um farol para orientar as embarcações e cumpre essa função até os dias atuais
Forte dos Reis Magos, Rio Grande do Norte: marco inicial da cidade de Natal, o Forte dos Reis Magos foi construído em 1598, no encontro entre o rio Potenji e o Atlântico. O forte mantém-se preservado como um belo vestígio da arquitetura colonial no nordeste do país

Forte de São João, São Paulo: localizado na barra de Bertioga, perto da Ilha de Santo Amaro, no litoral de São Paulo, o Forte de São João foi inaugurado em 1547, e é considerado o mais antigo do Brasil. O local abriga uma exposição permanente de armas e objetos indígenas, e é cercado pelo parque dos Tupiniquins, numa bela natureza
Forte de Copacabana, Rio de Janeiro: o Forte de Copacabana é um dos marcos mais importantes do Rio de Janeiro. Os visitantes podem conhecer o interior do forte e seu museu militar, que tem uma vista panorâmica sobre a famosa praia de Copacabana
Forte de São José da Ponta Grossa: ao lado da praia de Jurerê, o Forte de São José da Ponta Grossa foi erguido na segunda metade do século 18, numa das principais proteções militares coloniais da região. O resultado arquitetônico impressiona tanto quanto a natureza e a vista obtida sobre este trecho do litoral catarinense
Forte de Monte Serrat, Bahia: conhecido pelo seu maravilhoso pôr-do-sol com um lindo visual da Baía de Todos os Santos, o Forte de Monte Serrat é um canto de Salvador que merece a visita. O forte foi erguido no final do século 16 e é considerado como uma das melhores obras da arquitetura militar no Brasil
Fortaleza de Santa Cruz da Barra, Rio de Janeiro: situada em Niterói, na ponta ocidental da Baía de Guanabara, a Fortaleza de Santa Cruz da Barra foi a principal estrutura de proteção da Baía de Guanabara durante os períodos da colônia e do império português. Além de visitas guiadas com muita riqueza histórica, a fortaleza tem uma posição privilegiada que oferece aos visitantes uma vista única sobre o Pão de Açúcar e o Rio de Janeiro
Informações: Portal Terra

Tam divulga novidades nos novos Boeings 777


A companhia TAM Linhas Aéreas, receberá até o final deste ano quatro novos Boeings 777. As aeronaves apresentam um novo design interior desenvolvido com exclusividade pelo escritório inglês Priestmangoode. Com o conceito “From Home to Home”, que quer dizer "de casa para casa", a proposta pretende fazer com que o passageiro, mesmo saindo da sua residência, continue em um ambiente que remete ao seu lar, privilegiando o conforto e o bem-estar. Com capacidade para até 368 passageiros, os Boeings 777 que apresentam o novo conceito começam a operar em rotas internacionais.

Segundo o Gerente da marca Tam, Ricardo Cruz, “Queremos oferecer aos nossos clientes de voos internacionais, que geralmente passam por longos trajetos, uma experiência de viagem aconchegante e humana, que privilegie a qualidade do serviço prestado”, explicou.

A primeira classe da nova aeronave tem como principal fundamento que o hospede se sinta em casa. O ambiente é personalizado com o nome do passageiro no controle do sistema de entretenimento,o qual faz com que o cliente tenha mais interação com as novas facilidades no manuseio do assento, TV e iluminação. 

Além da nova poltrona, que se transforma em uma cama, há um sofá, closets individuais, luminária, mesa de refeição, almofadas, o exclusivo serviço Nespresso e uma biblioteca com livros, edições do guia de viagem internacional Wallpaper e revistas de interesse geral. Nas demais classes do avião, os passageiros também encontram novidades, e dentre elas estão os assentos com distância maiores entre si, também conhecidos como TAM Espaço +, que passam a contar com mais unidades à disposição. Já aqueles que optam pela Classe Econômica têm a oportunidade de conferir as novas poltronas, que receberam acabamento diferenciado com três novas de cores: verde, vermelho e azul. Informações: .revistahoteis.com.br

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O bondinho do Pão de Açúcar completa 100 anos no dia 27 de outubro


O projeto era ousado. Construir um caminho aéreo entre os dois morros da enseada da Baía de Guanabara. O ano, 1908. Quatro anos depois, o primeiro trecho, ligando a Praia Vermelha ao Morro da Urca, foi inaugurado. O bondinho comportava 22 passageiros, era de madeira e sustentado por apenas um cabo de aço ( veja infográfico no final da matéria ). O segundo trecho do percurso, que ligaria o morro do Pão de Açúcar, entrou em operação no ano seguinte. Até então só existiam dois teleféricos no mundo: o do Monte Ulia, na Espanha (com 280 metros de extensão), e o de Wetterhorn, na Suíça (com 560 metros). Nada que se comparasse, portanto, ao Pão de Açúcar, cujas duas linhas somam 1 263 metros. “Como não havia helicópteros, a construção utilizou equipes de alpinistas especialmente treinados, que levavam as peças nas costas, em escaladas perigosas”, diz Giuseppe Pellegrini, diretor técnico da empresa que administra os bondinhos.
No próximo dia 27 de outubro, um dos cartões-postais mais famosos do Rio, e do Brasil, completa 100 anos. O idealizador do bondinho foi o engenheiro Augusto Ferreira Ramos, que buscava uma ideia para alavancar o turismo na cidade. Ao conseguir capital e apoio do governo, ele fundou a Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, a mesma que administra o local até hoje. No ano passado, o bondinho contabilizou recorde de viagens. Foram 77.441 percursos nos dois bondinhos.
Da Praia Vermelha ao Morro da Urca, a distância é de 528 metros, percorridos a uma velocidade de 

aproximadamente 22 km/h, com tempo total de 3 minutos. Da Urca até o Pão de Açúcar, a distância é de 735 metros, percorridos a uma velocidade de aproximadamente 31 km/h, com tempo de viagem também de 3 minutos. Aos mais aventureiros, é possível subir o morro da Urca por uma trilha. A distância é de 1487 metros e exige esforço físico e preparo para escaladas íngremes e escorregadias. A trilha tem início pela pista Claudio Coutinho, em área militar. Micos, pássaros de diferentes espécies, flora típica da Mata Atlântica e as ondas da praia Vermelha compõem o cenário abaixo dos bondinhos.
Taxistas e cobradores de estacionamento são os primeiros a abordar quem chega próximo à bilheteria. O ingresso custa R$ 53,00 (estudantes e idosos pagam meia). As filas não são grandes durante a semana. Em 2011, foram1.331.487 visitas. É, junto com o Cristo Redentor, o ponto turístico mais visitado do Rio. O trem do Corcovado recebe anualmente 1 milhão de visitantes. Em termos comparativos, a Torre Eiffel, símbolo de Paris, recebe uma média de 7 milhões de visitantes a cada ano. Mas ali o que não falta é beleza. A visão a mais de setecentos metros de altura é estonteante. Pode-se ver toda a extensão da Baía da Guanabara, a ponte Rio-Niterói, a praia de Copacabana, a cidade de Niterói no canto direito e, ao fundo do lado oposto, o Corcovado, a pedra da Gávea e o morro Dois Irmãos.
De camelô a síndico do bondinho
Antonio Lourenço, mais conhecido como Seu Gato, é o funcionário mais antigo do Pão de Açúcar. É o responsável pela oficina e manutenção de todo o mecanismo que faz os bondinhos funcionarem de segunda a segunda, sempre das 8h às 21h. Não por acaso é chamado por alguns como “síndico do bondinho”. Sua história se confunde com a do local. Começou como camelô nos arredores do morro, vendendo sucos, refrigerantes e doces para os turistas. No começo dos anos 70, o velho bondinho já não dava conta do intenso tráfego turístico que só crescia.
Foi então construída outra linha, mais segura, com novos cabos, estações e carros, multiplicando por dez a capacidade de transporte. Seu Gato foi recrutado para auxiliar. “Estava ali embaixo todo dia, conhecia o pessoal. Daí me chamaram e fui. Em seguida fiz curso de soldador e maçariqueiro e continuei empregado até hoje”, diz ele, aos 72 anos.
Seu Gato não precisou arriscar sua vida na adaptação dos novos bondinhos. Se na primeira vez, os cabos de sustentação foram instalados com ajudas de alpinistas, agora tudo foi feito com auxílio de um elevador de peças paralelo aos bondinhos. A nova linha foi inaugurada em 1972 e, com algumas reformas, ficou em operação até 2008. Foi substituído por outro, mais moderno, de designer suíço – com vidro fumê, o que possibilita fotos mesmo contra o sol. A capacidade diminuiu: de 75 para 65 passageiros por viagem. “Não vejo uma pessoa ao menos subir o morro estressada e chegar aqui em cima mantendo a irritação. Não tem como. Só a vista já é uma terapia”, diz Seu Gato.
Botão de emergência
O complexo do Pão de Açúcar tem duas salas de máquinas, ambas no primeiro morro, o da Urca. Três geradores ficam de prontidão para caso haja falta de energia. O motor principal tem 320cv, com rotação de até 1500 RPM, e é comandado por um sistema de inversão de frequência. Há ainda desde 1972 um sistema de resgate, cujo carro pode seguir pelo cabo de aço e retirar sete passageiros por vez. O grupo de operações tem 50 pessoas e o de manutenção, 48.
Giuseppe Pellegrini, diretor técnico da Companhia que administra os bondinhos, conta um dos segredos mais bem guardados dos bondinhos. O que poucos sabem é que há espalhados pelo local, incluindo os dois morros, 15 botões vermelhos estrategicamente posicionados, mas fora da visão dos turistas. Acionados, estes botões param imediatamente o funcionamento dos bondes. Em uma das salas de comando, Pellegrini conta que nunca foi preciso apertar o botão de emergência. “Mas garanto que funciona. Nos testes de simulação que fazemos, conseguimos detectar qualquer problema que porventura possa surgir”, diz.
São raros os acidentes ocorridos no local. Não há registros de vítimas fatais nestes 100 anos de funcionamento dos bondinhos. Um fato histórico marcante ocorreu em 1935, durante a Intentona Comunista, quando uma bala de canhão atingiu as estações, que tiveram de ser fechadas por vários dias. Em 1951, um cabo de tração se rompeu com bonde cheio e as pessoas foram retiradas durante a noite. Mas foi no dia 22 de outubro de 2000 que ocorreu um acidente com repercussão internacional. Um dos cabos de aço se rompeu, prendendo vários turistas por horas no teleférico. Ninguém se feriu.
Pellegrini também se tornou parte integrante da equipe do Pão de Açúcar por acaso. Era alpinista e, num sábado de sol, aproveitava para escalar o lado direito do morro da Urca quando, avistado pelo então presidente da administração local, foi convidado a trabalhar ali. Já se vão cinquenta anos de bondinhos. “Faço esta viagem entre os bondinhos todo dia. Me sinto privilegiado”, afirma, cheio de sorrisos.