sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz 2012

'(...) amor, fé e luz – tenho absoluta certeza que tudo vai dar certo. Por “dar certo” compreendo passar coisas boas, úteis ou belas, ou que alguma forma ajudem outras pessoas. Jovens ou não, que todos temos sempre entre zero e cem anos, isso depende da circunstância, não da cronologia, você sabe.

E há esse sopro de novo, única coisa capaz de revigorar o planeta cansado, o tempo cansado, os homens cansados. Que sopre forte (...)' CaioFAbreu http://caiofcaio.blogspot.com/

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Alegria de viajar


"Benditos, mil vezes benditos aqueles carrosséis que ensinaram aos meninos de meu tempo a pura alegria de viajar.” Mário Quintana                        

Viagem ideal

"Não existe a viagem ideal. O que existe é a viagem certa para cada tipo de pessoa, para cada fase da vida, para cada expectativa. " Revista Época

Acreditar

"(...) e que a gente não desista porque ninguém acredita."
Machado de Assis

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Opções de vinho para a ceia de Natal


Harmonizar os pratos clássicos de Natal e Ano Novo com os vinhos certos significa aumentar o prazer à mesa. Nada deve ser muito rigoroso nessa época de alegria e confraternização, mas o roteiro abaixo pode servir como inspiração para quem tem dúvidas no momento de pensar o que servir com o foie gras, o peru, os frutos do mar ou as carnes.
São vinhos sobretudo de regiões notórias por sua tradição e muitos foram indicados por sua proximidade com os ingredientes originais das receitas. Com o número crescente de boas marcas no mercado brasileiro, ficou mais fácil o acesso a esses vinhos e as chamadas denominações de origem controlada, de onde procedem, deixaram de ser um mistério. É sobretudo através delas e das uvas utilizadas que as dicas foram consideradas.
E, no momento da compra, o dilema da escolha sempre leva à velha conclusão: diante de produtos da mesma região ou similares, o maior critério de qualidade costuma ser o preço. Costuma.

ENTRADAS

Caviar: champanhe brut, vinho branco francês Pouilly-Fumé.
Foie gras: champanhe rosé ou grand millésime, Gewurztraminer Vendanges Tardives, vinhos doces naturais Barsac ou Sauternes e ainda o Tokay húngaro.
Presunto cru de Parma ou San Daniele: brancos secos, como um bom Pinot Grigio italiano ou champanhe rosé safrado.
Pâtés e terrines: vinhos tintos mais encorpados, como os franceses Madiran ou Chinon, um português Vinhas Velhas do Douro, um espanhol de Ribera del Duero ou um Cabernet Sauvignon premium do Chile.
Salmão defumado: champanhe, Riesling grand cru da Alsácia ou Riesling Qualitätswein mit Prädikat da Alemanha.
FRUTOS DO MAR, PEIXES E CRUSTÁCEOS
Coquilles Saint-Jacques: branco seco como Chablis ou um Sauvignon Blanc da Nova Zelândia.
Camarões: a maior parte dos brancos secos de boa estrutura, como o Chardonnay da Borgonha ou da Califórnia. E no calor brasileiro, um rosé de caráter.
Lagostins: um branco ou um rosé delicados, ambos da Provence francesa.
Lagosta: vinhos brancos aromáticos, como Châteauneuf-du-Pape; um excelente Albariño espanhol ou Alvarinho português e ainda, para atingir a perfeição, os grandes champanhes safrados.
Ostras e mexilhões: um espumante de alta qualidade, como um Franciacorta italiano, uma cava espanhola ou um brasileiro elaborado pelo método tradicional.
Bacalhau: brancos de forte estrutura, como os do Alentejo e do Douro, ou tintos de respeito da Bairrada.
Peixes grelhados: vinhos brancos secos (Riesling alemão ou alsaciano, Sauvignon Blanc do Loire ou os bons portugueses com as uvas Arinto e Antão Vaz).
Peixes ao molho ou com creme: pedem vinhos brancos encorpados, com Chardonnay ou Viognier. E para quebrar regras, um tinto mais ligeiro, com Pinot Noir.
Salmão grelhado: vinhos brancos de grande estrutura, como Montrachet e Condrieu, da França, ou os espanhóis com a uva Godello, de Valdeorras.
AVES
Peru: branco, como o francês Sancerre; tintos, como o Barolo italiano, ou os melhores com a uva Zinfandel da Califórnia.
Pato assado: tintos fortes e equilibrados, como os graúdos do Douro, Portugal; Hermitage ou Pauillac, da França.
Confit de pato: tintos encorpados, como os franceses Madiran, Cahors e Saint-Émilion. Afinal, são vinhos de regiões próximas a essa iguaria típica do Périgord.
Magret de pato: tintos não muito tânicos, como o Mercurey, da Borgonha; com a uva portuguesa Touriga Nacional ou com um Carmenère de primeira classe do Chile. Como opção, um rosé da denominação francesa Bandol.
CARNES
Costeletas e carré de cordeiro: vinhos tintos não muito fortes por seus taninos, como um Malbec premium da Argentina.
Gigot de cordeiro: essa carne nobre pede os grandes tintos de Bordeaux, sobretudo do Médoc; os melhores da Rioja, Ribera del Duero e Priorat, da Espanha; um Shiraz de exceção da Austrália; um Brunello di Montalcino de ótima safra e bom produtor ou um supertoscano.
Vitelo: vinhos tintos amáveis, como Pinot Noir ou mesmo um cru do Beaujolais, e vinhos brancos densos e aromáticos, como o Vouvray francês.
Carnes vermelhas de cozimento ao vinho: vinhos do Sul da França, como Gigondas, Côte-Rôtie ou Bandol. E bons tintos em geral com Cabernet Sauvignon e Merlot.
SOBREMESAS
A maioria delas recebe bem a companhia de vinhos doces naturais: Sauternes, Montbazillac e vinhos vendanges tardives da França; os moscatos em geral (o italiano de Pantelleria, por exemplo); os moscatéis de Setúbal, Portugal, os champanhes e bons espumantes demi-secs. Quanto ao chocolate, no geral, vai bem com um vinho do Porto vintage ou com o Banyuls francês.
Informações: Portal IG

Com marisco e camarão, turismo de pesca reergue povoado após tsunami no Japão

Takashi Tachibana y Hiromitsu Itoh, fundadores da empresa OhGuts!, que querem reerguer povoado após tsunami 
Andrés Sánchez Braun - 15.dez.11/Efe

Pouco mais de nove meses depois de o tsunami arrasar literalmente a localidade de Ogatsu, uma vila de pescadores no nordeste do Japão, agora uma pequena aventura empresarial tenta reinventar a indústria local e ressuscitar o povoado.
Fundada em agosto, a sociedade retomou o cultivo de mariscos e camarões, atividade pela qual a região era famosa antes do desastre por estar localizada ao fim de uma estreita e sinuosa baía de águas tranquilas.
O sossego foi quebrado pelo terremoto de 11 de março e o posterior tsunami, que devorou o povoado em meia hora.
Hiromitsu Itoh, pescador de Ogatsu e fundador da empresa, lembra bem o som que pressagiava a chegada de água: "era o barulho do desprendimento das rochas", descreve.
Itoh explica que, pelo fato de o vilarejo ficar no fim da baía e completamente rodeado de montanhas, o efeito do tsunami foi como o de uma banheira transbordando em grande velocidade.
Por sorte, a maioria dos moradores, pessoas que conhecem o mar, identificaram o que se aproximava e refugiaram-se nas colinas, a partir de onde viram o mar engolia o povoado que agora ressurge aos poucos.
Itoh e Takashi Tachibana, o outro sócio-fundador da empresa, explicam com assombrosa integridade os efeitos do desastre em frente ao colégio de Ensino Médio de Ogatsu, cujos três andares, que somam 18 metros de altura, foram cobertos pela água.
Em março, Tachibana chegou a partir de Tóquio como voluntário a Ogatsu e conheceu Itoh e o diretor da escola, e se uniu a eles no desejo de devolver vida a este lugar.
Tachibana deixou de vez a capital e mudou-se para o povoado, onde vivem somente mil dos 4.300 habitantes. A maioria foi embora depois do tsunami, que matou 200 pessoas.
Com os conhecimentos adquiridos ao longo de sua experiência na indústria alimentícia e ao ver que a tragédia havia feito estragos no modo de vida local --só dez navios restaram de 300--, Tachibana decidiu regenerar, com Itoh e outros oito pescadores e voluntários, a atividade pesqueira de Ogatsu.
Itoh questionava há anos a estrutura da indústria local, que basicamente consistia em vender a intermediários os produtos cultivados no mar a preços muito baixos.
O novo negócio ganhou o nome de OhGuts!. A ideia consiste em cultivar, processar e vender os produtos diretamente a atacadistas e varejo, e também aos acionistas, já que a empresa foi aberta como sociedade anônima.
Cada beneficiado pode adquirir uma participação pelo equivalente a 98 euros que permite obter o produto diretamente e também participar, sempre que queira, das atividades de cultivo, algo pensado para impulsionar o "turismo de pesca".
Tudo isto permite vender o gênero a preço melhor, obter lucro na distribuição direta e oferecer produto fresco diretamente ao consumidor, algo que, segundo Itoh e Tachibana, com o tempo pode ajudar a criar uma "marca" reconhecida fora e dentro do Japão.
A sociedade já tem mais de 1.500 acionistas, incluindo estrangeiros que vivem fora do Japão, e seu objetivo é alcançar os 50 mil no período de três a cinco anos, o que permitiria criar ostras, moluscos e salmões.
"A administração subvenciona 70% do equipamento perdido na tragédia, mas o ruim é que, depois dos meses que levou o governo para elaborar os orçamentos extraordinários de reconstrução, ainda vai levar dois anos até o dinheiro chegar", critica Itoh.
"O ritmo de reconstrução é lento, portanto é preciso atuar, liderar a situação", acrescenta Tachibana.
A meta da OhGuts! é criar um novo "kizuna" (termo japonês para definir o vínculo coletivo), ao entender a reconstrução como uma oportunidade para cimentar uma comunidade que, de acordo com Itoh, estava destinada a desaparecer inclusive sem o tsunami, dado o progressivo abandono do entorno rural japonês.
Aí é onde entra o programa de formação de três anos que acaba de ser lançado para permitir que futuros pescadores se instalem em Ogatsu e devolvam a vida a este remoto e aprazível cantinho do litoral do nordeste do Japão.
Informações: Folha de São Paulo

Centenário do Titanic põe Belfast no mapa turístico

Garoto acena diante de braço de mar em Belfast, na Irlanda do Norte; local deve se beneficiar com turismo


Outrora incluída junto com Bagdá e Beirute na lista de cidades vedadas ao turismo, Belfast se tornou um dos destinos mais procurados do mundo graças a seu passado conturbado, ao presente com grandes campos de golfe e ao iminente centenário da tragédia do Titanic.
Durante décadas de violência sectária, poucos estrangeiros visitavam a Irlanda do Norte, mas o acordo de paz entre católicos e protestantes transformou essa província do Reino Unido, fazendo com que o movimento de turistas saltasse de 400 mil em 1998, ano do acordo de paz, para 1,6 milhão neste ano.
No ano que vem, quando a cidade celebra o centenário do Titanic --construído no estaleiro Harland and Wolff, em Belfast--, as autoridades esperam um aumento de 20% no turismo.
A revista "National Geographic Traveller" incluiu neste mês a cidade na sua lista do "Melhor do Mundo 2012", descrevendo sua "incrível atmosfera".
"Senti que esse lugar era um tesouro que foi meio que preservado", disse o editor-chefe Keith Bellows. "Não foi pisoteado pelo turismo de pé grande, então realmente amei a sua pureza."
Há três anos, a editora de guias Lonely Planet já havia despertado o interesse internacional pela capital norte-irlandesa ao incluí-la em uma lista de dez lugares a serem visitados. O barateamento das passagens aéreas na Europa também contribui com essa "descoberta".
A cidade pretende capitalizar o centenário do Titanic com diversas atrações - de tours especiais a uma marca de cerveja. Mas a principal atração será o Titanic Belfast, uma obra de 97 milhões de libras (US$ 152 milhões), em fase de conclusão, com vista para o estaleiro onde o Titanic e seus irmãos Olympic e Britannic foram lançados.
Nove galerias interpretativas em seis andares explorarão cenas e histórias do Titanic e das pessoas que o construíram. Imagens ao vivo serão transmitidas do local onde o navio repousa, 3.800 metros sob o nível do mar, 600 km a sudeste da Terra Nova (Canadá).
O luxuoso Titanic afundou em sua viagem inaugural, em 15 de abril de 1912, matando 1.517 pessoas.
"O Titanic será uma grande atração", disse Siobhan McGuigan, do Departamento de Turismo da Irlanda do Norte, que prevê 150 mil visitantes adicionais em 2012.
Mas, para os que acusam Belfast de tentar se aproveitar de uma tragédia, os responsáveis pela celebração insistem que se trata de uma homenagem a uma obra-prima da navegação, e aludem a um famoso provérbio local sobre o navio: "Ele estava bom quando saiu daqui".
Informações: Folha de São Paulo

Pequeno Príncipe ganha estátua no museu de cera de Paris

François Guillot/France Presse

Após ser traduzido para 257 idiomas, o livro "Pequeno Príncipe", o intrépido viajante interplanetário criado pelo escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, chegou ao museu de cera de Paris na semana passada, acompanhado das inseparáveis raposa e rosa.
O jovem aventureiro foi instalado no museu Grevin, em cerimônia que contou com a presença de Olivier d'Agay, sobrinho do escritor, que criou o personagem em 1942, dois anos antes de sua morte prematura, aos 44 anos.
O jovenzinho loiro e solitário em seu microplaneta, que conquistou o coração de crianças e adultos de todo o planeta, entrou no panteão de cera na qualidade de "embaixador imortal dos sonhos", informou a diretora do museu, Béatrice de Reyniès.
O escultor Stéphane Barret fez a estátua de cera do Pequeno Príncipe e do seu planeta, B612, de 3 m de diâmetro.
O livro foi publicado pela primeira vez em 1943 em francês e em inglês em Nova York, um ano antes de o avião de Saint Exupéry cair no mar durante missão de reconhecimento na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O escritor, que há tinha publicado "Correio do Sul" (1928), "Voo Noturno" (1931) e "Terra dos homens" (1939), tinha se refugiado na cidade americana com a esposa, a salvadorenha Consuelo Suncín, antes de voltar à França para combater os invasores nazistas.
"O Pequeno Príncipe" é, até hoje, o livro francês mais vendido no mundo.
Informações: Folha São Paulo

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Os melhores clubes de charuto do mundo

Brook Street, 49, Mayfair, Londres
Elegante e tradicional
Aconchegante e sofisticado, o bar data de 1930 e está localizado no Claridge's Hotel, um dos mais tradicionais da capital inglesa. Em sua decoração sóbria, destaque para um painel de vidro do artista francês René Lalique, que também assina o design dos copos da casa. Fotos vintage em preto e branco, ajudam a relembrar o clima dos chamados "anos loucos" (a década de 20).
No menu da casa destaque para os drinques inspirados nos anos 1930, como os Fizzes (15 libras cada), mistura de destilado com sucos diversos. Com capacidade para 12 pessoas, funciona das 11h30 até a 1h da manhã e tem um “dress code” que celebra a elegância: pessoas trajando chinelo, short, calca jeans rasgada e bonés não entram.

A pop star Madonna e a atriz americana Gwyneth Paltrow são habitués do lugar, quando passam temporadas londrinas.
Freddy's Bar
Nieuwe Doelenstraat, 2-14, Amsterdam 
Elegante e tradicional
Localizado no centenário hotel cinco estrelas De L'Europe, em uma das mais charmosas esquinas de Amsterdam, é famoso por servir o melhor Bloody Mary da cidade.
Seu nome é uma homenagem a Alfred "Freddy" Heineken (1923/2002), empresário dono da famosa marca de cerveja e importante colecionador de arte holandesa. Funciona das 15h até a 1h, recebendo um mix eclético de clientes, de artistas plásticos a políticos, que se entregam às suas cadeiras de couro escuro, enquanto desgustam charutos ao som de um piano de jazz.

Le Fumoir
Rue de L'Amiral, 6, Coligny, Paris
Moderno e descolado
Aberto pelo artista gráfico Marc J. Pasini, um aficionado por habanos, este simpático restaurante-bar-fumoir não tem a pretensão de ser um reduto hipersofisticado dos amantes dos charutos. Aliás se diferencia dos demais endereços por seu ambiente extremamente descontraído - mas a estreita relação de seu dono com o governo cubano e alguns produtores de charuto da ilha de Fidel é suficiente para credenciar a casa junto aos experts no assunto.
O grande diferencial e charme desse lugar é seu endereço: fica em frente ao Museu do Louvre. Muitos de seus clientes, vão ali descansar, após baterem perna pelos andares do museu, e se entregam ao aconchego dos uísques single malt de 10, 12, 14, 15 e 16 anos, e das versões de martini da casa, além, é claro, da aromática fumaça dos bons habanos que por lá circulam. Abre todos os dias das 11h às 02h.
Club Macanudo
Rua 63, 26 E, Nova York
Tradicional
Depois da lei de 2003 que proíbe o fumo em bares e restaurantes, encontrar um lugar onde se possa degustar um charuto, em Nova York, é um achado. No Club Macanudo isso também pode ser feito por um preço acessível, uma vez que os charutos de seu extenso menu são vendidos a partir de US$ 11 (inclusive uma das versões do mitológico Cohiba).
O cliente assíduo pode, ainda, alugar um humidor (US$ 850 por um ano) para guardar seus preciosos charutos e ir degustando-os aos poucos. Além do perfume dos habanos, o som que costuma embalar as conversar também vem da ilha caribenha.
Seus clientes costumam dizer que o bar é um pedaço de Cuba, em meio ao frenesi da Big Apple e a um quarteirão do zoológico do Central Park.
Funciona de segunda à quinta, das 12h à 1h; sextas e sábados, das 12h às 2h e domingos até às 20h. Seu “dress code” exige homens de camisa social. Pessoas vestidas com chinelos, tênis, camiseta ou shorts não entram. 
Informações: Marcia Pereira, especial para o iG

Dezembro



" Esse mês de Dezembro tá tão lindo, tão manso. Tão novo. Tão eu novo.  "
Caio Fernando Abreu. 

domingo, 18 de dezembro de 2011

sábado, 17 de dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cinco harmonizações exóticas com o café

Foto: Edu Cesar/Fotoarena

1- Café com queijo Grana Padano
Proposta do barista Vitor Gabira, da Nespresso
A oposição de sabores e aromas é a base para essa harmonização. Caracterizado por sua alta taxa de gordura, entremeada por grânulos de sal, o pungente queijo italiano grana padano pede um café com personalidade à altura. A escolha recai sobre o blend Indriya, formado por grãos de arábica e robusta produzidos na Índia.
Com alta taxa de amargor, baixa acidez e toques minerais e de especiarias, este é o tipo de bebida perfeita para quem gosta de cafés fortes. Entretanto, quando degustado entre uma lasca e outra do queijo, ele ganha um certo toque de doçura e leveza, até então pouco perceptíveis devido à redução do amargor. “O foco passa a ser as notas minerais, que agora se destacam”, diz Gabira.
Foto: Edu Cesar/FotoArena
2- Café com flor de sal
Proposta da barista Isabela Raposeiras, do Coffee Lab
Uma das combinações mais inusitadas surge como espécie de provocação da barista Isabela Raposeiras aos mais aventureiros. Ritual dos mais pedidos no menu da cafeteria, na Vila Madalena, em São Paulo, a degustação do café após deixar alguns flocos de flor de sal na boca resulta em uma percepção ainda mais adocicada e encorpada da bebida. Indiferentemente do tipo de café, desde que seja um de qualidade, com acidez pronunciada. 

“A questão não é salgar o café, mas temperar. Usar o sal para destacar os sabores, como fazemos na comida”, diz a especialista, que, entretanto, não recomenda repetir a experiência com sal de cozinha. “O sal refinado, normalmente, tem um pouco de amargor que pode passar para o café. A flor de sal é mais delicada.” Daí a possibilidade de fazer a combinação até mesmo com cafés coados.
3- Café, chá de rooibos com caramelo e chocolate amargo
Proposta da barista Cecília Sanada, do Otávio Café
Nesta harmonização, a intenção não é contrapor sabores, mas reforçá-los. As notas adocicadas e florais do Caramel Rooibostea, comercializado pela A Loja do Chá, deverão ressaltar o caráter adocicado do café produzido na Fazenda Nossa Senhora Aparecida, da cidade de Pedregulho, interior de São Paulo, que forma o blend Otávio Café 2010. “O aroma do caramelo passa para o café e o amargor cai, suavizando, ao mesmo tempo, sua robustez”, explica Cecília. Por fim, o chocolate amargo, com ao menos 50% de cacau, ajuda a criar um café ainda mais leve e aromático. 

Para perceber melhor as mudanças, prove primeiro o café expresso e o chá, separadamente. Guarde bem as sensações, sabores e sabores. Agora, em outra xícara, misture-os em quantidades iguais e prove. Você vai sentir a diferença, que só se acentua, tornando a mistura ainda mais agradável, após colocar na boca um lasca de chocolate amargo antes do próximo gole. 

A combinação foi apresentada, com o chocolate em forma de espuma, durante a etapa paulista do Campeonato Brasileiro de Baristas de 2011, na qual Cecília obteve a primeira colocação.
4- Café com queijo tipo Boursin com damasco e lascas de amêndoas
Proposta do barista Vitor Gabira, da Nespresso
Facilmente encontrado em mercados voltados ao público gourmet, o queijo cremoso tipo Boursin – geralmente feite com leite de cabra – “temperado” com pedacinhos de damasco e coberto por lascas de amêndoas tostadas é o ponto de partida para esta harmonização. O desafio é equilibrar alta taxa de untuosidade e os toques salgado e doce do queijo ao café. O eleito é o Nespresso Volluta, um arábica que combina grãos brasileiros e colombianos, com corpo suave para médio, notas frutadas e de grãos tostados, leve amargor e boa acidez.
Um gole de café, uma colheradinha do queijo, outro gole de café e o resultado na boca é um café mais cremoso, suave e doce. Presentes nos dois ingredientes, as notas de frutas e tostados crescem como numa explosão de aromas e sabores.
5- Café com castanha do Brasil
Proposta da barista Isabela Raposeiras, do Coffee Lab
Outra combinação pouco conhecida pelo público, mas apontada quase como uma unanimidade entre os experts no assunto é da castanha do Brasil com cafés coados (mais delicados do que os expressos). “Ela deixa o café mais intenso, com sensação de mais corpo”, diz Isabela. Se quiser incluir ainda mais um ponto de harmonização, faça a experiência com grãos nacionais, que já trazem, naturalmente, notas de castanhas, que devem ganhar ainda mais destaque após algumas mordidinhas na semente. 
Informações: Juliana Bianchi, iG São Paulo IG - Fotos: Edu Cesar/FotoArena