terça-feira, 23 de março de 2010

Do luto à fama: a história da Veuve Cliquot


Como uma viúva transformou a pequena vinícola familiar no império produtor da champagne mais famosa do mundo

Por Marcos Todeschini http://epocanegocios.globo.com/Revista

A história de uma das marcas de bebida mais conhecidas do mundo começa com uma desgraça. Casada com um promissor fabricante de vinhos, a vida da francesa Barbe-Nicole Clicquot estaria confinada entre a sala de estar e a cozinha – como ocorria com a maioria das mulheres no início do século 19. Mas uma repentina febre tifoide atacou o marido, que morreu em 15 dias. Ela tinha apenas 27 anos.
Sem nenhuma educação formal para negócios, mas com uma filha para criar, Barbe-Nicole decidiu assumir a vinícola familiar e defendê-la como um buldogue. “Ela inclusive se parecia com um”, diz Tilar Mazzeo, autora do recém-lançado A Viúva Clicquot, livro que relata a história de como a francesa foi responsável pelo sucesso do champanhe Veuve Clicquot. “Poucos tinham esperança de que ela conseguiria um segundo marido. Por isso, quando quis assumir os negócios, não encontrou oposição”, diz Tilar.
Seus vinhos suaves e borbulhantes caíram nas graças dos soldados estrangeiros que lutavam na França. Ao regressarem a seus países de origem, ajudaram a criar a fama da bebida, que se espalhou pela Europa. Logo Barbe-Nicole tornou-se uma das mulheres mais influentes e ricas da época. Segundo Tilar, a fundadora do império Clicquot foi uma mulher vanguardista, que colocou em prática lições que hoje fazem parte da cartilha do mundo dos negócios, como tornar um produto o representante de sua categoria. Durante muito tempo, pedir por “uma garrafa de viúva” foi sinônimo de pedir champanhe. Essa alcunha de viúva, aliás, correspondeu à vida real. Barbe-Nicole morreu aos 89 anos sem jamais voltar a se casar.

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