domingo, 7 de fevereiro de 2010

Café Le Procope








O Café foi recebido com grande satisfação na França. Chegando as cafeterias a concorrerem com os cabarés. E assim para chamar atenção dos clientes que estavam preferindo as cafeterias, os donos dos cabarés incentivaram o surgimento do can-can, onde as dançarinas passaram a dançar sem as anáguas, com o intuito de atrair clientela.
Tudo isso sob o reinado de Luis XIV, na segunda metade do século 17. Uma época que foi marcada pela efervescência cultural.
O café conquistou o Rei Luis XIV, a ponto dele mesmo prepará-lo para seus convidados, assim logo virou moda e logo depois hábito.
Foi nesse contexto que o italiano, Francesco Procopio dei Coltelli, inaugurou o Café Procope, se tornando mais famoso e mais bem freqüentado da época.
Era um lugar luxuoso. Logo o café se tornou o ponto de encontro dos intelectuais e artistas. O efeito da bebida causava sensações como a concentração e a falta de sono e assim incentivavam a criações.
O Café Procope foi inaugurado numa antiga casa de banhos turca, os espelhos, tapetes, mármores, cristais, tinham destaque e esbanjava sofisticação, as bandejas eram de prata e os criados usavam luvas e perucas. Um requinte!
Francesco Procopio era um alquimista na cozinha. Siciliano, portanto, veio de um lugar onde a gastronomia se mistura com a própria história, onde os sabores dos alimentos são destacados, e tem peculiaridades especiais. E ele revelou isso no dia a dia. Era conhecido pelas misturas das ervas e especiarias em licores, e ficou perito no café e no sorvete, sendo esse último uma receita do seu avô que ele aperfeiçoou, substituindo o mel pelo açúcar.
Era freqüentado por Balzac, Victor Hugo, Verlaine, George Sand, Anatole France, La Fontaine, Molière, Racine, Piron, Destouches, d'Alembert, Voltaire, Rousseau e Diderot.
Benjamin Franklin redigiu ali a declaração de independência dos Estados Unidos.
Durante a Revolução Francesa, os frequentadores eram Robespierre, Danton, Hébert, Marat e Desmoulins.
E ainda tem a fantástica história que, Napoleão Bonaparte, muitas vezes deixou seu chapéu no Procope, como garantia da conta. Tem um lá exposto, decorando a casa, e supondo que pelo menos uma das vezes ele não resgatou a conta.
Assim ao longo de aproximadamente 200 anos, o Café Le Procope figurou com um local de grande prestígio e luxo, sendo que, em 1874, o estabelecimento não conseguiu enfrentar à concorrência e foi à falência. Mas em 1987, foi adquirido pelo grupo Les Frères Blanc, dos renomados restaurateurs Pierre e Jacques Blanc. O Le Procope foi todo restaurado e hoje mantêm o mesmo estilo de sofisticação da época, e continua com uma freqüência de intelectuais, políticos, artistas e turistas do mundo inteiro.

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