terça-feira, 16 de junho de 2009

Quero falar dele: Carlinhos Brown



Quero falar dele, Carlinhos Brown. Verdadeiro referencial e patrimônio da Bahia.
Ele é do bem e faz o bem!
Sua obra extropola canções e carnavais. Sempre tive uma admiração por tudo que ele faz. Ele usa suas habilidades e talento e assim é o elo para pessoas que procuram um espaço nesse mundo de tantas inconstâncias.
Ele abre o caminho para as pessoa encontrarem suas potencialidades muitas vezes adormecidas e sem oportunidades para uma possível visibilidade.
"Quem é esse viajante?
Quem é esse Menestrel?
Que espalha esperança e
Transforma sal em mel!" Milton Nascimento

Transforma sim. Com sua arte ele leva alegria concreta para as pessoas. Seguem os Projetos dele, Carlinhos Brown, que leva através do som do batuque: vida.

Pracatum:
Projeto no bairro onde Carlinhos Brown nasceu e se criou, o Candeal, através dele mantém a sua força através das batidas dos tambores, tornando a cultura o principal patrimônio para o desenvolvimento e sustentabilidade dessa comunidade.
O Candeal tornou-se um celeiro musical, notabilizando-se por consolidar a música como alternativa de vida, criando perspectivas profissionais para os jovens desta comunidade e capacitando-os para a carreira musical.

Candyall Guetho Square:
Em novembro de 1996 foi criado no bairro do Candeal o Candyall Guetho Square, mais um projeto de Carlinhos Brown. Casa de shows e eventos com capacidade para 2.500 pessoas, o local causou grande impacto no público de Salvador: arquitetura diferenciada, decoração carregada de elementos e referências múltiplas, palco no centro da quadra, localização inusitada. Atualmente o local não é mais uma casa de shows, e sim um dos estúdios de Carlinhos Brown, onde ele recebe seus amigos e parceiros mais próximos para gravações, composições e jam sessions, sempre tendo como inspiração a energia e o astral de um lugar encantado.
Museu du Ritmo:
Idealizado por Carlinhos Brown, o Museu du Ritmo foi inaugurado em 2007 como um espaço aberto para a cultura e as artes. O local soma-se às ações de recuperação da Cidade Baixa, região portuária que já foi o centro comercial da cidade de Salvador. Ocupando as dependências do antigo Mercado do Ouro, edifício tombado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Museu du Ritmo abriga projetos de diversas áreas. Manifestações artísticas como música, teatro, moda, artes plásticas, dentre outras, hoje já têm espaço garantido no Museu du Ritmo, porém pretende-se transformá-lo no principal centro cultural de Salvador. Este projeto, atualmente em desenvolvimento, abarca uma série de serviços e atividades culturais, além de uma escola de inclusão digital que atenderá as comunidades carentes, como o Pilar, que encontra-se na mesma área geográfica. Estas ações visam incentivar o fluxo turístico da região, contribuindo para a recuperação histórica e cultural, ademais da revitalização econômica do entorno através da geração de emprego e renda.

Studio Ilha dos Sapos:
Os Studios Ilha dos Sapos compreendem três estúdios musicais, todos localizados no bairro do Candeal. Dois deles estão dedicados a gravações e ensaios, apresentando excelente tratamento acústico, os melhores equipamentos e ambiente espaçoso e aconchegante, o que os coloca entre os melhores do Brasil. Nomes como Paralamas do Sucesso, Guto Graça Melo, Moraes Moreira, Netinho, Milton Nascimento, Marisa Monte, Ivete Sangalo e até o produtor e músico norte-americano Quincy Jones, já gravaram no Ilha dos Sapos.
Existe ainda o terceiro local, também conhecido como Cotovelo, que é exclusivo para ensaios e está localizado numa casa que oferece infra-estrutura para alojamento dos músicos.
"O principal interesse com a abertura do Studio Ilha dos Sapos foi trazer para a cultura nordestina um padrão de qualidade que a gente tinha que ir a Nova York, Los Angeles, Londres e França para buscar. O que temos nesse estúdio de gravação, na verdade, facilita isso. É claro que ter um estúdio à sua disposição facilita também a elaboração das suas criações.

Timbalada:
"A Timbalada não é uma instituição carnavalesca, é uma entidade espiritual, uma manifestação cabocla miscigenada, uma labu laba ladainha. Tive sorte de, no final do milênio, a Timbalada ter nascido - ou renascido - em minhas mãos. A gente queria pegar o timbau e trazê-lo para um contexto de reaproximação social, porque era um instrumento marginalizado. O movimento começou a ficar maior e criamos uma linguagem que ele ainda não tinha. A Timbalada é uma coisa da Bahia, mas não era algo que se encontrava antes na tradição rítmica baiana. Ela chocou. O timbau se adaptou a essa linguagem porque ele começou a amontoar células rítmicas, fazendo fusões e levando tudo isso a grandes mantras, que são os tambores nas ruas quando começam a tocar. A Timbalada não teve somente o propósito de chocar, mas sim de retomar a cultura angolana na Bahia. Minha fonte rítmica é o dia-a-dia, é a música da vida.

Candombless:
Chamado por Carlinhos Brown de “terreiro eletrônico”, o Candombless reúne altas patentes dos terreiros de candomblé com músicos populares, dando origem a um som autêntico e diferente de tudo que existe no atual cenário da MPB. Com 17 integrantes, o grupo conta com sete atabaques tocados por Ogãs (filhos-de-santo), o Tata Monale (alta patente do Candomblé) Mestre Caramba e as Filhas de Izaze, que são os responsáveis pelos cânticos. A sonoridade sagrada é misturada à bateria e percussão eletrônicas, teclado, samplers e violino elétrico, este último tocado por Felipe de Souza, que assina também a direção musical. O grupo conta ainda com o rapper Sinho e a cantora Daniela.

Zárabe:
Criado em 1995 por Carlinhos Brown, o Zárabe é mais um projeto de Carlinhos Brown, uma homenagem à cultura muçulmana presente na formação étnica e cultural da África árabe que também nos passou parte de sua herança. Na sua já tradicional participação na Lavagem do Bonfim e na festa de Yemanjá, em Salvador, os aproximadamente 250 percussionistas do Zárabe abrem a festa ao toque de clarins, correndo pela rua, seguidos por uma animada multidão

Projeto de Verão: VERÃO DA BAHIA
A partir de novembro Salvador aciona todos os seus santos, baianos e turistas para mais uma temporada de ritmos, festas e projetos. A cidade parece tomada pelos eventos pré-carnavalescos, que culminam na maior celebração popular de rua do planeta, o carnaval e seus sete ininterruptos e intensos dias de festa. Sozinha, a folia momesca atrai cerca de um milhão de turistas para a capital baiana e movimenta milhões de reais em patrocínios, ações de merchandising e geração de empregos temporários. O momento é o ápice da economia regional, propício para novos projetos, investimentos, patrocínios e visibilidade nacional e internacional de grandes marcas. E é impossível contar a história do Carnaval da Bahia sem citar Carlinhos Brown.

Elétrico:
O trio elétrico Camarote Andante nasceu em 2003 da vontade de ter o conforto do camarote junto à participação popular, com o objetivo de reduzir a distância entre o artista e o público. A primeira formação reacendeu a tradição das orquestras de sopro e percussão, com seus 40 músicos e o próprio Carlinhos Brown fazendo todo o percurso no chão, junto com o público.
Tá Rebocado:
O Programa Tá Rebocado desenvolveu uma metodologia baseada na construção comunitária, participativa e democrática. As intervenções realizadas visam melhorias em Urbanização (infra-estrutura, habitação e equipamento comunitário), Geração de Renda, Saúde e Meio Ambiente, Educação e Cultura e Organização Comunitária.
Os moradores do bairro do Candeal são a base legitimadora, identificando as necessidades vivenciadas e oferecendo soluções práticas e tangíveis. O Tá Rebocado baseia suas ações em pesquisa de opinião, cadastro censitário, reuniões comunitárias semanais, estudos sócio-econômicos e registros fotográficos.
Ele é um exemplo, né não?


2 comentários:

Tony Pacheco disse...

Tive o prazer profissional de ser assessor de imprensa (junto com Clécio Max) do grupo Timbalada e, mais ainda, de ter reuniões com o próprio Brown e seu irmão Gilson, quando era editor do Lazer&Informação, do jornal A Tarde, e ter feito o programa de rádio "Muvuca Baiana", na Itaparica FM, e o programa de TV, "7+7", com a paraná-cearense-baiana Luciana Dias.
Em todo tempo que convivi com Brown e a Timbalada só tive esta impressão que vocês turismólogos têm: ele é uma locomotiva cultural da Bahia. Admiro demais tudo que ele faz.
De todos os projetos, só tenho um senão, o Zárabe. Acho que a cultura muçulmana é antimulher, antiliberade e não podemos esquecer: os negros islamizados da África venderam seus irmãos animistas para o colonizador europeu.
Não é coisa para homenagear. Basta estudar história e, na verdade, lamentar que o Islamismo um dia tenha chegado à África.
Todo o resto é fantástico, elogiável, admirável. Viva Brown!

Caminhos do Turismo pelo Turismólogo disse...

Tony,
Voce seus comentários enriquecem o blog! É sempre uma honra suas visitas!
Obrigada!!!
bj