domingo, 28 de junho de 2009

Os Inimigos do Rei: “Viado bom é viado morto?”

"Bem, pelo que estamos vendo da reação do mundo à morte de Michael Jackson, o homofóbico grito de guerra de José Augusto Berbert no jornal “A Tarde” durante décadas continua válido, pois nunca se viu tanto elogio a um morto que, há pouco, era caluniado.Sei que este blog é para lutar contra a hipocrisia no mundo, por isso estou levantando este assunto.
Mas, sei também, que Freud provou, por a mais b que não existe processo civilizatório sem hipocrisia.
Imagine só uma situação: você dizer ao seu chefe, amanhã, ao chegar ao trabalho, tudo que você pensa sobre ele. Tudo, mesmo. Sem nenhum receio.E imagine ele dizendo depois tudo que pensa sobre você...Não existiria convivência humana se não houvesse hipocrisia. Ela só não pode ser é oportunista e sem caráter como esta que estamos assistindo na Internet, na TV, nas rádios e na mídia impressa a respeito do Rei do Pop.E por que eu digo isso?
Michael Jackson foi vítima de pais de adolescentes picaretas que tentaram vender seus filhos ao ídolo pop. Como ele era um ser angustiado com sua própria personalidade, sua natureza, enfim, foi uma vítima fácil para adolescentes doentes e papais e mamães vendilhões da sexualidade dos filhos.
No momento em que a Justiça americana pegou no pé de Michael Jackson, somente duas pessoas no showbusiness resolveram dizer em alto e bom som que não acreditavam nos papais e mamães picaretas e, sim, acreditavam no homem Michael Jackson, uma pessoa generosa e tímida, talvez o artista mais generoso com as causas dos desafortunados em toda a história do showbusiness.
Elizabeth Taylor, atriz e “monstro sagrado” de Hollywood, e Liza Minelli, atriz e cantora. Só estas duas mulheres de primeiríssima grandeza artística e moral se levantaram, imediatamente, em defesa de Michael Jackson, sem pensar um segundo, sem pensar em conveniências.Noventa por cento do showbusiness americano voltou-lhe as costas na hora da acusação ridícula que lhe fizeram os papais e mamães comerciantes de adolescentes.
Tanto era ridícula que ele venceu todos os processos e foi inocentado. Mas, isso, depois de perder milhões e milhões de dólares com advogados, pois como diz o rapaz da TV, “o sistema é bruto”, mas o sistema judiciário americano é muito mais bruto do que pensa nossa filosofia aqui do Fim do Mundo. Liz Taylor e Liza Minelli fizeram questão de aparecer em público, a todo momento que Michael permitia, ao lado dele. Em todas as entrevistas em que falavam dele, elas deixavam claro sua admiração pelo artista e pelo homem generoso que ele era.
E o resto? Os rappers americanos, com o idiota racista chamado Eminem à frente, ridicularizaram Michael Jackson, embora todo o hip hop tenha nascido da coragem pioneira de Jackson, o primeiro verdadeiro ídolo pop negro da história do showbusiness, pois venceu a barreira da raça ridicularizando em suas músicas e em seus performáticos clipes, o racismo em todas as latitudes.Fica, portanto, o meu protesto contra estes idiotas preconceituosos que, enquanto Michael Jackson era vivo, tratavam-no como um “viado maluco” e, agora, que ele está morto, resolveram ver a genialidade deste que foi e será durante muito tempo o rei do pop. Sem Michael Jackson, 90% do pop mundial talvez hoje continuasse a ser comportadinho, chatinho e sem nenhum brilho. Esta é a real e estes picaretas que agora rendem homenagem a ele, deveriam ter vergonha na cara, pois quando ele mais precisou, não obteve uma palavra sequer de solidariedade."
Tony Pacheco

Os Inimigos do Rei: “Viado bom é viado morto?”

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