Ser turista é uma das melhores experiências da vida. Vejam bem que palavra profunda: “experiência”. Acho que cabe na sua imensidão todo o valor dessa condição sonhada e desejada por quase todas as pessoas.
Ser turista é saber sentir com todos os sentidos o destino escolhido. E digo – sem hesitação, que ao usarmos os sentidos não precisaremos recorrer a máquina fotográfica. O nosso olfato, tato, visão, audição e visão nos levarão de volta rapidamente ao lugar que nos encantou.
Ser turista é tecer com fios de delicadeza a nossa viagem antes mesmo dela iniciar. Corrijo-me, a viagem inicia nos planos. Nos sonhos mais distantes e se fecha com a sublime concretização. Aí está o paradoxo mais lindo que encontramos, é quando ao fecharmos o ciclo da viagem abrimos a nossa visão e o coração. Raramente não nos deixamos contagiar pela cultura e belezas que conhecemos. Mudamos. É uma mudança silenciosa, aquela que fala alto em nossa consciência. Aquela que nos aponta o caminho a seguir depois de uma viagem.
Inúmeras vezes já imaginei como volta um turista ao experimentar uma noite de lua cheia na praia de Canoa Quebrada, ou ao ouvir os tambores do Olodum, ou ao estar aos pés do Cristo Redentor. Uma certeza eu tenho: seu mundo ampliou. Saímos da limitação da nossa visão. Descortinamos o invisível. Falo da invisibilidade dos sentimentos de encantamento, de amor e de paixão. Ser turista é isso um estado constante de descoberta.
E aqui estou como turismóloga e professora universitária o que faz que a todo instante fique reavaliando minhas responsabilidades. Nossa profissão pensa, ensina e aprende sobre tratar os sonhos das pessoas. Falo de vidas, por isso nossa responsabilidade é imensurável.
O dia é do turista, mas quero antes parabenizar a todos aqueles que trabalham – muitas vezes anonimamente, para o bem estar deles. Um trabalho que exige observação dos lugares, das pessoas, enfim da vida.
Um trabalho que devemos fazer com a alma. Uma comunhão da nossa alma e a do lugar.
Só assim podemos efetivamente comemorar o “Dia do Turista”.
Precisamos encher a bagagem de volta dos turistas com as melhores recordações.
Aqui finalizo com a brilhante frase do Secretário de Turismo do Ceará, Bismarck Maia, em entrevista à TV União:
“Onde o turismo chega abraça a sociedade, o rico, pobre, preparado intelectualmente ou não, abraça uma população. [...] Se faz turismo em 3 pilares: promoção, melhoria infraestrura e melhoria dos serviços. Só a beleza natural não basta!”
Isso mesmo, secretário! A beleza deve ultrapassar a visão e entrar na experiência.
Que o turista seja sempre “turista” no sentido amplo da palavra. É o meu desejo, não hoje como sempre. Afinal a melhor escola todos estamos, a vida! Avante!
Eliane Curvello – Turismóloga e Professora Universitária
Um comentário:
Linda Eliane,
Uma verdadeira declaração de amor à profissão e ao universo do turismo. Quem ama, cuida, né??
Abraços!
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