Uma das principais marcas da atualidade é o abandono às tradições. Isso se espalha por hábitos, preferências, construções. Está aí um novo conceito de vida. A mudança é rápida, cada dia que passa novos produtos, serviços, e comportamentos invadem nossa vida.
Sou contra a esse modernismo exacerbado. Contra o novo que se ergue em cima das cinzas do velho. O rompimento com o passado é apagar nossa história, nossa tradição. Na atividade turística isso se revela em lugares sem alma. Tudo novo, porém tudo igual.
É com enorme tristeza que vejo a notícia que Hotel da Bahia vai fechar.´
“O Tropical Hotel da Bahia, um dos mais tradicionais de Salvador, com 40 anos de atuação, irá fechar as portas no próximo dia 7 de março. Segundo comunicado oficial da Rede tropical de Hotéis”
A justificativa é que “a região do Campo Grande não faz mais parte do vetor de crescimento da cidade, que cada vez mais se concentra na Orla e a Avenida Paralela.”
O Hotel da Bahia é mais uma vítima de um processo de urbanização onde o modelo dominante do uso do solo é imposto pelo capital, e assim as cidades se organizam em bairros nobres, de classe média e a periferia que predomina a miséria. A especulação imobiliária dita a valorição e desvalorização dos bairros.
E assim os lugares vão se firmando.
Que pena o Hotel da Bahia fechar! O hotel da minha infância, o hotel dos grandes bailes, o hotel que foi palco por excelência de grandes acontecimentos da Bahia, que hospedou Michael Jackson. O hotel que é um dos símbolos de Salvador, e da Bahia.
Não é a toa que França tem sido o país que mais recebe turistas no mundo inteiro, “a lição sabemos de cor, só resta aprender”, entre os vários motivos dessa liderança está o respeito às tradições e a preservação do patrimônio.
O Hotel da Bahia é um PATRIMÔNIO.
Bem, fica aqui registrado minha tristeza com o fechamento do eterno “Hotel da Bahia”.
“Guardo inteira em mim
A casa que mandei
Um dia
Pelos ares
E a reconstruo em todos os detalhes
Intactos e implacáveis”
O hotel da Bahia está para sempre no coração dos baianos e de quem o conheceu.
Um comentário:
O poder público devia desapropiar e utilizar o local para secretarias, museu, um lugar de convivência onde predomine a arte e a cultura, levar as pessoas para o local.Se tiver boa vontade acontece.
Postar um comentário