Dolores Olmedo (1908-2002) foi uma mecenas mexicana que comprou 148 telas de Diego Rivera (1886-1957) e 26 da mulher dele, Frida Kahlo (1907-1954).
O casarão do início do século 17 em que morava, no subúrbio de Xochimilco, na Cidade do México, foi transformado em museu reservado a 600 peças pré-colombianas e a trabalhos dos dois artistas plásticos, que estão entre os principais e mais conhecidos da América Latina na primeira metade do século 20.
Rivera é sobretudo reputado como muralista. Entre 1929 e 1951, praticou sua arte nas escadarias e paredes do segundo andar do Palácio Nacional, prédio do século 16 que hoje abriga a Presidência da República. Seus murais representam momentos da história mexicana, sem favorecer colonizadores espanhóis ou caudilhos do século 19.
Marxista, Rivera acreditava que os afrescos tinham uma grande vantagem sobre as telas pelo fato de não poderem mudar de dono. Estavam vacinados contra as transações do mercado.
Frida Kahlo viveu o final de sua vida adulta com enfermidades derivadas de um acidente rodoviário. Pintou apenas telas, e não foram tantas. Apenas cerca de 200.
O interessante, na coleção de Dolores Olmedo, é a representatividade da coleção do casal ali reunida.
Rivera foi um homem que percorreu diferentes escolas, sobretudo as da vanguarda parisiense do início do século passado. Seus trabalhos cubistas são primorosos.
Kahlo, ao contrário, é uma figurativista apegada a uma temática um pouco mórbida (criança defunta, cadáver esfaqueado de uma mulher).
Mas ela e o marido tinham em comum um apego temático às raízes populares. É, no fundo, o que os engrandece.
Informações: Folha SP
Imagem: 'El Camion' (1929), de Frida Kahlo, do acervo Dolores Olmedo, que fica em subúrbio da capital mexicana
Nenhum comentário:
Postar um comentário