Não é só axé, Carnaval e acarajé que seduzem turistas. As águas quentes do litoral baiano atraem baleias jubarte que nos meses de julho a novembro maravilham ecoturistas do mundo inteiro Além de axé, praias com águas cristalinas e natureza exuberante, a Bahia é um estado privilegiado com calor o ano inteiro.
Entre os milhares de turistas que visitam a Terra de Todos- -os-Santos, alguns muito especiais se destacam por atracar nos meses de julho a novembro, atraídos pelas águas quentes e tranquilas da costa baiana.
São as baleias jubarte (Megaptera novaeangliae), mamíferos de até 16 metros de comprimento e que chegam a pesar 40 toneladas.Cosmopolitas, elas vêm das águas gélidas da Antártida e enfrentam uma viagem de três meses para chegar ao lugar que elegeram como o melhor ponto do Atlântico Sul Ocidental para passar a sua lua-de-mel.
Em locais paradisíacos como Praia do Forte, Abrolhos, Itacaré e Morro de São Paulo, encontram o cenário ideal para a reprodução e para as primeiras aventuras de seus filhotes. O melhor de tudo: os ecoturistas podem assistir a tudo isso de camarote. É possível se aproximar delas - seguindo uma série de cuidados - e observar alguns de seus hábitos. Em setembro e outubro, meses de maior concentração de animais, é comum encontrar mães com seu filhote em águas rasas, relativamente perto da costa. Um verdadeiro espetáculo.
Melhores lugares para observação:
Praia do Forte: está situada no litoral norte da Bahia, na chamada Estrada do Coco, distante cerca de 80 km de Salvador e faz parte do município de Mata de São João. Apresenta mais de 12 km de praias, com várias piscinas naturais formadas por arrecifes ao longo da costa. Essa área é considerada uma Área de Proteção Ambiental (APA) desde 1992 e nela existem diversos tipos de ecossistemas, como rios, lagoas, reserva florestal, dunas, restingas, manguezais e faixa litorânea com piscinas naturais. É conhecida carinhosamente como a “Polinésia brasileira”.
Abrolhos: criado em 1983, pelo Ibama, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos é um conjunto de ilhas vulcânicas e recifes coralíneos. Localizado a 36 milhas náuticas (aproximadamente 70 quilômetros) da costa do Extremo Sul da Bahia. É uma das mais significativas áreas do litoral brasileiro, pela sua enorme biodiversidade e importantes ecossistemas. Caravelas, Alcobaça, Nova Viçosa e Prado são as principais cidades da zona costeira do Extremo Sul baiano e porto de saída para o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
Morro de São Paulo: Um vilarejo sem carros, noite agitada, excelente estrutura turística e praias paradisíacas. Isso é o que você vai encontrar em Morro de São Paulo, na ilha de Tinharé, a apenas 60 km ao sul de Salvador, Bahia. Para chegar, só encarando uma viagem de duas horas de catamarã ou o táxi aéreo, um aviãozinho para umas seis pessoas.
Itacaré: protegida por um cinturão de Mata Atlântica, Itacaré se abre em uma vasta extensão de praias paradisíacas, rodeadas por coqueirais e areias brancas. Rios, imponentes cachoeiras, matas virgens, restingas e manguezais completam o estonteante cenário natural deste verdadeiro santuário ecológico primitivo, chamariz para a prática de rapel, rafting, passeios de canoa, caminhadas, trilhas ecológicas e o melhor do surf em praias de ondas perfeitas.A cidade surgiu às margens do Rio de Contas, a partir da fundação da Igreja de São Miguel, que passou a dar nome ao povoado: São Miguel da Barra do Rio de Contas. Somente em 1931, passou a chamar-se Itacaré.
O Instituto e o turismo de observação de baleiasHá 17 anos, o Instituto Baleia Jubarte é responsável pela proteção da espécie no Brasil, em parceria com o Ibama. Para 2005, o Instituto, que é patrocinado pela Petrobras, enfrenta dois novos desafios - implantar o turismo de observação de baleias nas cidades de Salvador e Itacaré, e dar continuidade ao já bem-sucedido monitoramento desenvolvido na Praia do Forte (Litoral Norte), em Prado e Caravelas (sul).
O aumento expressivo do número de baleias avistadas no litoral norte da Bahia permitiu ao IBJ, em parceria com empresas de turismo da região, introduzir o turismo de observação de baleias, também conhecido por whalewatching.O turismo de observação é uma das atividades ecoturísticas que mais crescem no mundo, por permitir aos turistas o contato sustentável com os animais em seu habitat natural.
Os pesquisadores do Instituto aproveitam os cruzeiros do turismo de observação de baleias para colher dados científicos, observar o comportamento das jubarte e sua interação com as embarcações.“Atualmente o turismo de observação de baleias é a principal ferramenta dos ambientalistas para garantir o fim da caça às baleias. Além disso, representa um importante instrumento de conservação de diversas espécies de cetáceos, agregando o valor econômico dos animais diretamente à sua proteção e conscientizando a sociedade em geral”, afirma Sergio Cipolotti, biólogo do IBJ.Baleia Jubarte: Também chamada de corcunda ou cantora é a baleia mais bem conhecida de todas as existentes. É conhecida por seu temperamento dócil e pelas acrobacias que realiza, saltando e exibindo a cauda, que é sua impressão digital. Mas, sobretudo, é famosa pelo desenvolvido sistema de vocalização: o seu canto melancólico, de construção musical sofisticada, é repetido pelo macho.
Acredita-se que uma das funções prováveis desse canto seja atrair a fêmea para acasalamento. Costuma saltar no ar, por cima da água, deixando visível todo o seu corpo. Pode alcançar 16m de comprimento e o dorso é arqueado ou corcunda (daí seu nome). Classificação científica: família dos Balenopterídeos, sub-ordem dos Misticetos, ordem dos Cetáceos. É classificada com o nome científico de Megaptera novaeangliae.
No Brasil a baleia jubarte integra a Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção/Ibama. Sua população vem se recuperando lentamente, protegida desde a proibição total da caça em águas brasileiras, através do Decreto-Lei nº 7.643, de 18 de dezembro de 1987.Atenção às regrasA cada ano mais baleias chegam à costa brasileira e o aumento do turismo de avistagem pode perturbar seu ciclo reprodutivo. Para evitar problemas, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) baixou a portaria 117, em dezembro de 1996, estabelecendo normas para a observação em águas brasileiras.
As principais recomendações são:
- Não aproximar as embarcações de qualquer espécie de baleia, com o motor engrenado. Os barcos devem ficar a 100 metros de distância do animal e desligar o motor se o animal se aproximar voluntariamente.
- Não seguir qualquer baleia por mais de 30 minutos, com o motor ligado, ainda que respeitadas as distâncias.- Não interromper, tentar alterar ou dirigir o curso de deslocamento de cetáceos (baleias e golfinhos) de qualquer espécie.
- Não dividir ou dispersar grupos nem produzir ruídos excessivos a menos de 300 metros do animal.
- Não despejar qualquer tipo de detrito.
- Evitar aproximação, caso outra embarcação esteja próxima do grupo ou indivíduo em observação.
- Não mergulhar ou nadar junto das baleias.
Mais informações:
Os interessados em participar dos cruzeiros de “whalewatching”, no litoral da Bahia, podem entrar em contato com as seguintes operadoras, que trabalham em parceria com o IBJ.
Praia do Forte:Porto Mar Passeios Turísticos: (71) 36760101 (passeios de 3 a 4h – R$155 adulto e R$90 crianças de 6 a 10 anos) www.portomar.com.br Rua Aurora 1, Praia do Forte, Município de Mata de São João .Itacaré:Domingos Paulo da Silva: (73) 91222810 (passeios de 3 a 4h – R$100 por pessoa).www.itajubarte.com.br e-mail: divesilva@yahoo.com.brCaravelas:
Abrolhos Turismo: (73) 3297- 1149 e (73) 3297-1332 (passeios de 6h – R$230 grupo 4 pessoas) e-mail: abrolhosturismo@uol.com.brMorro de São Paulo:Rota Tropical Turismo (75) 36521284 (passeios de 4h – as R$120 por pessoa) www.morrodesaopaulobrasil.com.brInstituto Baleia Jubarte http://www.baleiajubarte.com.br/Tels: (71) 3676-1463 / 8127- 8983 (73) 3297-1340 / 8102-4058Foto
Fonte: Turismo Bahia
Foto: Projeto Tamar - Enrico Marcovaldi
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