quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Veneza fará homenagem a Akira Kurosawa nos 100 anos do nascimento do cineasta
O diretor de cinema Akira Kurosawa aparece em evento no Japão em foto de arquivoROMA, 25 AGO (ANSA) - A 66ª Mostra Internacional de Cinema de Veneza homenageará os 100 anos do nascimento do cineasta japonês Akira Kurosawa com um seminário internacional que ocorrerá no dia 6 de setembro.O evento terá a participação de vários profissionais da área ligados ao trabalho do cineasta, como a escritora e amiga de Kurosawa Teruyo Nogami, o autor Donald Richie, o crítico da revista Positif, Michel Ciment, o crítico da revista Time, Richard Corliss, e o diretor do Festival France Cinema, Aldo Tassone.O painel, que ocorrerá às 15h locais (10h no horário de Brasília) na Sala Pasinetti em Veneza, será moderado pelo historiador de cinema, crítico e autor da fundação The Internacional Film Guide, Peter Cowie.Akira Jurosawa, falecido em 1998, ganhou um Leão de Ouro em 1951 no Festival de Veneza com o filme "Rashômon" (1951), sendo que suas produções influenciaram diretores do mundo todo.A versatilidade de Kurosawa foi tão eficiente que muitos confundem sua obra pelas retratações incessantes do Japão feudal, mais especificamente nos séculos XV e XVI, época em que o país estava com as portas fechadas para o Ocidente e poderosos clãs guerreavam entre si em disputas intermináveis. O que havia de mais precioso eram o código de honra e a ética dos samurais. Suas fitas também foram ambientadas no cenário urbano, como Dodeskaden (1970), seu primeiro filme colorido, que, por sinal, a partir de seu fracasso comercial no Japão, junto com a produção norte-americana Tora!Tora!Tora! (1969), sobre o ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941, cujas seqüências japonesas foram realizadas por Akira, o cineasta, em um ato de desespero, tentou suicídio. Felizmente falhou. Recuperou-se e voltou a filmar com uma produção da antiga URSS, uma de suas mais belas obras: Dersu Uzala (1975), vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, onde uma das principais características de seu cinema, as relações humanas e a natureza andam conjuntas. Compondo com a bela fotografia, resultaram em um retorno triunfal, acrescentando à cinematografia um lindo filme.Relações humanas que ficaram evidenciadas desde Rashomon, onde a moral e a ética foram discutidas, até seu último longa-metragem, Madadayo (1993), filme no qual o diretor aborda a questão da velhice, do respeito e valorização do mestre pela cultura oriental. Embora não tivesse nenhuma relação direta com o Brasil, seu trabalho também foi referência para o cineasta Nelson Pereira dos Santos no filme Boca de Ouro (1962), no qual a narrativa não-linear de Rashomon é claramente percebida.
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