domingo, 22 de abril de 2012

O que é melhor: investir em um jatinho ou voar de 1ª classe?


A exemplo da Lufthansa, companhias aéreas oferecem cada vez mais serviços para a primeira classe


Em um jato particular, executivos têm mais privacidade para trabalhar e até fazer reuniões a bordo
Quem tem de subir toda hora em um avião, seja para viagens de negócios ou lazer, mas não abre mão de ter o máximo de conforto, pode ter se perguntado se não seria melhor ter um jato particular ao invés de voar de primeira classe. Mesmo com todas as regalias da First Class, como comida preparada por chefs renomados, poltronas ultrareclináveis e sala de embarque com massagista, o fato é que os passageiros VIP também estão sujeitos aos problemas recorrentes das companhias aéreas comerciais. Desta forma, pode haver atrasos nos voos, malas perdidas e perda de conexões.
Isto pode explicar uma das razões para o crescimento do mercado de jatos no Brasil. De acordo com a Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), a frota brasileira de aeronaves gerais passou de 10.054, em 2000, para para 12.310 unidades, em 2010. Destas, 540 são jatos, o que representa 4% da frota do País.
De acordo com a Embraer, uma das fabricantes nacionais de jatos, esse movimento vem atendendo principalmente à demanda de empresas que buscam no avião executivo uma ferramenta de produtividade, para auxiliar na prospecção e desenvolvimento de negócios dentro e fora do Brasil.
A necessidade de deslocamento por parte desses empresários se faz mais rápida e necessária, especialmente em cidades que não são bem atendidas pela aviação comercial. “A comunidade da aviação executiva consiste de empresas de vários tamanhos que vêem a aeronave como ferramenta de trabalho que as ajudam a serem mais produtivas, mais competitivas, mais eficientes e, consequentemente, bem-sucedidas”, diz Ernest Edwards, presidente da Embraer Aviação Executiva.

Além de percorrer cidades de difícil acesso no Brasil, o jato também pode ser útil para um “bate-volta” no exterior. Desta forma, um executivo pode sair pela manhã, pousar em Nova York, participar de uma reunião, fechar um negócio e retornar ao Brasil no mesmo dia. “O jato executivo deixou de ser luxo para ser uma ferramenta de trabalho”, defende Rodrigo Pesoa, diretor de vendas da Dassault Falcon para a América do Sul.

Pesoa afirma que 90% dos clientes da francesa Dassault Falcon no Brasil usam o jato próprio para realizar negócios. No ano passado, a marca forneceu sete aeronaves no País - que se tornou o terceiro maior mercado em número de vendas da Dassault Falcon no mundo.
Custos complexos
Uma das grandes vantagens de ter um jato próprio é poder trabalhar com privacidade durante o voo. “Os jatos executivos fornecem um ambiente de escritório no ar que é extremamente particular. Você pode dar telefonemas, fazer apresentações, ter reuniões, enviar e receber e-mails, tudo dentro da sua cabine, longe dos olhos de estranhos”, diz Jeff Miller, vice-presidente de Comunicação da Gulfstream, empresa norte-americana fabricante de aeronaves.
Com muitos recursos tecnológicos e flexibilidade para voar a qualquer momento, é claro que os gastos são altos. Além da compra da aeronave – que varia, em média, entre US$ 15,5 milhões e US$ 65 milhões –, os custos operacionais envolvendo tripulação, combustível, manutenção, alimentação, entre outros são de cerca de US$ 4 mil dólares por hora de voo. Já um bilhete de Primeria Classe para a Europa, saindo de São Paulo, sai em torno de US$ 10 mil.
No entanto, segundo Rodrigo Pesoa, o cálculo dos valores operacionais de um jato particular é bem mais complexo. “É preciso pensar o quanto se está ganhando por ter esta flexibilidade. Muitas vezes, é preciso ser rápido para fechar um grande negócio”, defende. Ele garante também que, quanto mais o jato for utilizado, mais a diferença entre voar de primeira classe e de aviãoparticular vai se equiparando.
Para Miller, apesar dos custos elevados, é possível que um jato comercial seja mais econômico que a primeira classe, especialmente se tiver um número maior de pessoas de uma mesma empresa viajando para um local de difícil cobertura das companhias aéreas comerciais. “Se for esse o caso, a viagem não é apenas dispendiosa em termos de dinheiro, mas também em termos de tempo. Deste modo, voar em um jato executivo pode ser mais barato que na primeira classe”, defende o representante da Gulfstream.
Despreocupação na primeira classe
Em contrapartida, viajar de primeira classe pode ser vantajoso para quem não quer ter a preocupação de manter um jato em boas condições de uso e manutenção, ou mesmo para quem não voa com tanta frequência. "Na primeria classe certamente a pessoa será muito mais mimada do que em um jato privado, pois preparamos todo o ambiente e os serviços para que se tenha uma experiência única", afirma Fabrice Pascual, gerente global para o mercado de luxo da Air France.
E para atrair o público que não abre mão do conforto e das mordomias a bordo, as companhias aéreas comerciais têm investido cada vez mais nos serviços de primeira classe. A Lufthansa, por exemplo, dispõe de assistentes pessoais para cada passageiro, carro de luxo - como Porsche Panamera, para levar o cliente até o avião -, refeições gourmet a bordo, closet individual com chave e cortinas que absorvem ruídos, proporcionando maior isolamento acústico durante o voo.

No Boing 777-200, da Air France, os quatro únicos assentos da La Premiere recebem a atenção exclusiva de dois atendentende, menu com assinatura do chef Joël Robuchon, amenities Clarins e drinques criados pelo bartender chef do hotel Plaza Athénée.

De acordo com Pascual, 65% dos passageiros da primeria classe são executivos acostumados a esses e outros luxos também fora dali. Daí a Lufthansa ter ido alé da aeronave e criado um serviço de “Private Jet”, com voos diretos para mais de mil destinos com itinerário flexível, de acordo com a necessidade do cliente. “É um serviço perfeito para quem quer chegar a destinos não servidos pelos voos comerciais e não tem um jato particular à disposição”, afirma Joerg Waber, diretor de Comunicação Corporativa da Lufthansa para a América Latina.

 Informações: IG



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