Alugar um jato particular para encurtar as distâncias e ganhar tempo e conforto está deixado de ser atividade relacionada apenas a artistas e grandes empresários brasileiros. Aos poucos, executivos acostumados a ter este benefício no trabalho começam, a estendê-lo aos momentos de lazer, para viajar com os amigos ou familiares. Só na Líder, maior empresa do segmento na América Latina, o número de fretamentos aéreos feitos por pessoas físicas cresceu 80% em relação a 2011.
“Ao mesmo tempo em que a infraestrutura aeroportuária não acompanhou o crescimento da aviação comercial, o número de brasileiros com mais de US$ 1 milhão cresceu”, afirma Heron Nobre, diretor de fretamentos da Líder Aviação. “Assim, as pessoas com maior padrão financeiro passaram a buscar nos fretamentos uma fuga para viajar com tranquilidade, longe do caos aéreo”, completa.
Mas não é só dentro do País que o movimento pode ser sentido. De acordo com a diretora geral da Lufthansa no Brasil, Annette Taueber, o número de fretamentos de jatos privados feitos por brasileiros na Europa teve incremento de 125% no último ano (em toda a América Latina o crescimento foi de 112%). Sendo que os grandes responsáveis pelo bom desempenho foram os clientes “pessoa física”. “São passageiros que querem ganhar tempo inclusive nas folgas do trabalho, quando vão a torneios de golfe ou descansar em lugares fora das grandes rotas aéreas”, diz Annette.
Neste caso, segundo a executiva, os clientes costumam, inclusive, amarrar todo o pacote de comodidades com a mesma empresa. “Eles normalmente saem do Brasil de primeira classe, são recebidos na Europa por um assistente pessoal que cuida da transferência das bagagens e de um possível traslado entre aeroportos e já partem para seu destino final, a, em média, uma ou duas horas e meia de voo do hub”, conta. Operação que pode totalizar quase R$ 43 mil, dependendo do trecho voado e da aeronave escolhida. (Neste caso, calculamos o valor de uma passagem de primeira classe Brasil-Europa – R$ 19.600 – e o fretamento de um avião para até sete pessoas de Munique à estação de esqui de Chambery, na França – R$ 23 mil.)
No Brasil, o preço dos fretamentos (ida e volta) acompanha essa média, podendo ir de R$ 12 mil a R$ 30 mil de acordo com os mesmos parâmetros. Com a vantagem de poder chegar apenas 15 minutos antes do horário marcado para a decolagem, deixar o carro em estacionamento privativo, aproveitar a sala vip com wi-fi e espumante e nem se preocupar com excesso de bagagem.
Atualmente, 62% do total de voos fretados pela Líder são para particulares, sendo que São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte formam os principais mercados. Com maior movimento de sexta à segunda, Rio, São Paulo, Salvador, Trancoso, Santa Catarina e Punta del Este figuram entre os destinos mais comuns dos clientes a lazer. “Eles saem em grupos de quatro a cinco pessoas por aeronave (normalmente são famílias inteiras), passam o final de semana na praia e voltam na segunda para trabalhar sem nenhum estresse”, diz Heron.
O mesmo movimento vem se replicando nos fretamentos de helicópteros, meio de transporte que não para de crescer, principalmente entre os executivos paulistanos. Somente no Carnaval, a Helimarte Táxi Aéreo fez mais de 80 voos com destino ao litoral (a maioria para Ilhabela, Guarujá, Paraty e Riviera de São Lourenço). “Muitos clientes começam a usar o helicóptero em momentos especiais, como esse, e percebem que vale a pena incorporá-lo em outros deslocamentos no resto do ano, principalmente frente aos megacongestinamentos”, afirma Jorge Bitar Neto, proprietário da Helimarte, que aponta crescimento de 5% a 7% nessas operações, no último ano.
Informações: Portal IG
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